Evitar a escassez no mercado interno. Essa é a justificativa adotada pelo governo russo para limitar por um período temporário – não-informado exatamente – as exportações de gasolina e óleo diesel. Segundo informações divulgadas e repercutidas por veículos de imprensa internacionais, a decisão ocorre em um momento em que, simultaneamente, o preço da gasolina dispara e o poder de compra do rublo, a moeda corrente da Rússia, perde valor.
Outros fatores apontados são os aumentos dos preços internacionais de comercialização do petróleo e as manutenções periódicas das refinarias, o que reduz a oferta e a entrega da demanda. De acordo com um comunicado do Ministério da Energia local, tais decisões visam a estabilização do mercado interno, porém não houve mais detalhes sobre as medidas posteriores em curso.
O novo anúncio complementa-se a uma decisão russa recente em prolongar voluntariamente as exportações do petróleo até o final de 2023 – em uma ação apoiada com a Arábia Saudita, que visava manter os preços globais, indicam as agências de imprensa.
Observadores pontuam que tal medida, supostamente, é uma retaliação às sanções e demais bloqueios econômicos feitos por diversas nações e blocos econômicos após o início da invasão da Rússia ao território da Ucrânia há cerca de dois anos.
Uso e cortes do petróleo russo
Segundo apurações da London Stock Exchange Group (LSEG) e de traders especializados, a Rússia reduziu só nos primeiros 20 dias de setembro quase 30% de exportações marítimas de diesel e óleo, o que representa 1,7 milhão de toneladas do produto, em relação ao mesmo período de observação no mês de agosto.
Conforme estimativas, a capacidade ociosa de refino de petróleo neste mês é estimada em 4,657 milhões de toneladas, um aumento de 45%. A Turquia prossegue como o principal destino de exportação do diesel russo, indicam dados da LSEG. A chegada de carregamentos do óleo diesel ao Brasil caiu em um terço no oitavo mês do ano.