Home DESTAQUE Representantes da Alemanha e do Brasil dialogam sobre acordo entre Mercosul-UE

Representantes da Alemanha e do Brasil dialogam sobre acordo entre Mercosul-UE

Para ter validade, o acerto precisa da ratificação dos parlamentos; França possui barreiras à finalização das negociações

by Tiago Souza

Em reunião bilateral realizada no decorrer das atividades da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta semana, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz e o presidente do Brasil, Lula da Silva dialogaram sobre a ratificação do acordo que cria uma zona de livre comércio e ações semelhantes entre os blocos econômicos Mercosul e União Europeia. O encontro na ONU dos porta-vozes alemão e brasileiro foi o terceiro neste ano.

De acordo com as informações divulgadas por veículos de imprensa, Lula da Silva pontuou as negociações podem ser concluídas até o final de 2023 – período em que o mandatário brasileiro ocupará o posto de presidente do bloco sul-americano. Em reuniões anteriores com membros da União Europeia, Lula da Silva ressaltou que as tratativas devem considerar as preocupações dos dois lados, permitindo uma agenda comercial dita como ambiciosa.

Entrave francês

Ainda nesta semana, o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad comentou que a continuidade das exigências do atual governo francês de Emmanuel Macron poderá afetar diretamente a conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia, e que aguardada a ratificação.

Segundo Haddad, a celebração do acerto deveria ocorrer até dezembro de 2023 em razão de um possível ‘resultado adverso’ nas eleições na Argentina – atualmente lideradas, segundo as pesquisas, pelo candidato liberal Javier Milei.

“O presidente Lula está insistindo com a Europa para que a gente feche o acordo ainda este ano. Não sei o que será do Mercosul se o acordo não estiver fechado e tivermos um resultado ‘exótico’ nas eleições na Argentina. Um país como a França tem de prestar atenção às consequências de um atraso”, declarou Haddad, em um painel realizado na Universidade de Columbia.

Há três meses, 281 deputados da Assembleia Nacional da França foram favoráveis a uma resolução contra a ratificação do acerto entre os dois blocos econômicos. Para eles, supostamente ocorreriam prejuízos financeiros com a falta de garantia da isonomia na comercialização dos produtos locais com os itens importados.

A França também reclama da postura brasileira em relação as políticas de preservação do meio ambiente, em especial da Amazônia.

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