A produção nas refinarias de petróleo na China está em declínio em razão das margens de lucro reduzidas e da escassez de cotas de exportação, gerando preocupações no mercado global de petróleo. O mercado espera que a China processe 15,1 milhões de barris por dia em novembro, uma redução em relação ao mês anterior, com refinarias estatais e independentes enfrentando desafios devido a cotas restritas e demanda enfraquecida por combustíveis refinados. Isso não apenas afeta a China, mas também pode influenciar os preços do petróleo no mercado global e os fornecedores de petróleo bruto.
Queda na produção de petróleo nas refinarias na China preocupa mercado
Nos últimos meses, a produção de refinarias de petróleo na China tem enfrentado desafios significativos, causando preocupações no mercado internacional de petróleo. No terceiro trimestre, essas refinarias estavam operando em níveis recordes, mas a realidade mudou nos últimos meses. As reduções das margens de lucro e a escassez nas cotas de exportação estão levando essas companhias a repensar o aumento da produção até o final de 2023.
Dessa forma, a queda na produção de refinarias chinesas pode ter implicações significativas no mercado de petróleo global. Isso, pois a China é o maior importador de petróleo do mundo, e qualquer redução em sua demanda de petróleo bruto pode afetar os preços globais. Além disso, isso pode levar a um aumento nos estoques de petróleo bruto da China e impactar o principal fornecedor do combustível, a Rússia.
Em novembro, a previsão é de que a China processe aproximadamente 15,1 milhões de barris por dia, representando uma redução em comparação com os 15,37 milhões de bpd registrados em outubro. Esses dados foram anunciados ao mercado pela consultoria FGE, que aponta que isso ocorre principalmente devido aos cortes de produção em pequenas empresas independentes, conhecidas como “teapots,” e nas refinarias estatais. Além disso, as refinarias estatais chinesas estão enfrentando desafios devido às cotas de exportação limitadas.
Essa restrição nas cotas está reduzindo as margens de lucro, já que a demanda por combustível refinado também está enfraquecendo. Segundo Mia Geng, que lidera a análise de petróleo na FGE na China, a limitação das cotas de exportação restantes para o ano está levando as refinarias a considerar reduções marginais na produção, o que destaca os desafios enfrentados por essas refinarias na China.
Refinarias estatais veem suas margens sendo reduzidas no setor de petróleo
As refinarias estatais chinesas, que inicialmente experimentaram ganhos com as exportações de combustíveis no início do ano, estão agora enfrentando uma redução em suas margens de lucro. Isso acontece em razão do processamento de petróleo bruto com preços mais elevados, ao mesmo tempo em que a demanda por combustíveis refinados está enfraquecendo.
Consequentemente, algumas refinarias optaram por diminuir sua produção. Um colaborador de uma refinaria da Sinopec, que preferiu não se identificar, disse que sua refinaria está diminuindo a produção em cerca de 20.000 barris por dia este mês, chegando ao nível mais baixo do ano.
Nesse contexto, a consultoria Energy Aspects diminuiu suas projeções para a produtividade nas refinarias da China nos meses de novembro e dezembro, prevendo uma média de 15,65 milhões de barris por dia nesse quarto trimestre. Além disso, as refinarias independentes chinesas, as “teapots,” também estão enfrentando dificuldades.
A taxa de utilização em refinarias independentes no centro de refino da província de Shandong está atualmente registrando uma média de aproximadamente 57%, o que representa uma queda em relação aos cerca de 65% do início de outubro. Esse índice marca o nível menor desde maio de 2022, quando as atividades forma afetadas por restrições da pandemia de Covid-19 na China. Agora, os próximos meses serão essenciais para o mercado global de petróleo analisar as mudanças no cenário das refinarias da China.