A Petrobras está em fase avançada de negociações com o Mubadala Capital para adquirir uma participação na Acelen, empresa controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, e de um projeto de biorrefinaria. Anteriormente sob controle da Petrobras, a refinaria foi adquirida pelo fundo de investimento emiradense em 2021. Agora, com novas mudanças na direção da Petrobras, a estatal busca retomar sua presença no setor de refino. As negociações em andamento incluem análise dos ativos, modelos de negócio e possíveis investimentos futuros.
Petrobras e Mubadala Capital negociam participações na Refinaria de Mataripe
A Petrobras anunciou na última sexta-feira (15) que está avançando nas negociações com o Mubadala Capital, um fundo de investimento dos Emirados Árabes Unidos, para adquirir uma parte da Refinaria de Mataripe e também participar de um projeto de construção de uma biorrefinaria integrada. Esses empreendimentos são controlados pela Acelen, uma empresa criada em 2021 pela Mubadala para administrar a refinaria localizada na Bahia.
Anteriormente conhecida como Refinaria Landulpho Alves (RLAM), a Refinaria de Mataripe é a segunda maior do país, com capacidade para processar até 333 mil barris de petróleo por dia. A Petrobras era a proprietária da refinaria, mas em 2021 o controle foi adquirido pelo fundo de investimento emiradense como parte de um processo de desinvestimentos realizado pela estatal no setor de refino.
No ano passado, a Acelen anunciou seus planos de investir R$ 12 bilhões na instalação de uma biorrefinaria com capacidade para produzir 20 mil barris por dia de diesel verde e combustível sustentável de aviação (SAF). Além disso, o projeto visa promover a produção comercial de macaúba para suprir a demanda por matéria-prima. Agora, com a mudança de governo e a alteração na gestão da Petrobras, a empresa voltou a direcionar sua atenção para o setor de refino e iniciou negociações com a Acelen para retomar, ao menos parcialmente, sua participação no negócio.
Negociações sobre a Refinaria de Mataripe ainda estão nas fases iniciais
Nesse momento, as negociações estão em fase de due diligence dos ativos, análise do modelo de negócio adequado e discussão sobre potenciais investimentos futuros, incluindo o desenvolvimento de novas tecnologias em conjunto com o Mubadala Capital. Até o momento, nenhuma das empresas envolvidas assinou qualquer documento vinculante sobre a parceria, indicando que as negociações estão em andamento e sujeitas a ajustes.
A possível participação da Petrobras na Acelen pode representar um movimento importante para a empresa, que busca fortalecer sua presença no setor de refino e ampliar sua atuação no mercado de combustíveis. Por outro lado, para a Acelen, a parceria com a Petrobras pode trazer benefícios em termos de conhecimentos técnicos e acesso a recursos financeiros para o desenvolvimento de novos projetos.
Entenda a importância do mercado de refino e biorrefino no Brasil
Os mercados de refino e biorrefino têm um papel essencial no desenvolvimento do Brasil há décadas. O refino transforma o petróleo em combustíveis essenciais para abastecer o país, enquanto o biorrefino oferece alternativas sustentáveis, reduzindo a poluição ambiental.
Além disso, o biorrefino abre novas oportunidades econômicas em áreas como agricultura, biotecnologia e energia limpa, estimulando o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e a criação de empregos. Juntos, esses mercados vêm impulsionando a economia nacional, gerando empregos e incentivando a inovação tecnológica. Além disso, o Brasil possui um alto potencial agrícola, o que o torna propício para a produção de biocombustíveis.
Assim, novos investimentos nessas áreas são fundamentais para fortalecer a segurança energética do país, reduzir os impactos ambientais e promover o desenvolvimento econômico sustentável. Dessa forma, as negociações da Petrobras com o Mubadala Capital podem garantir um novo momento para o segmento no Brasil, com foco na Refinaria de Mataripe.