A Raízen, uma das maiores empresas de energia do Brasil, inaugurou na sexta-feira, 24 de maio, sua segunda planta de produção de etanol de segunda geração (E2G). A nova instalação está localizada no parque de bioenergia Bonfim, em Guariba, São Paulo, e recebeu um investimento significativo de R$ 1,2 bilhão. Com essa expansão, a Raízen projeta um crescimento robusto na produção de etanol celulósico, prevendo a entrega de mais quatro unidades produtivas até a safra 2025/26.
Expansão estratégica e investimentos da Raízen
A nova planta em Guariba marca um passo crucial na estratégia de expansão da Raízen. Com praticamente o dobro da capacidade da primeira planta, localizada em Piracicaba (SP), a nova instalação tem autorização para operar desde março e aumentará a produção total da companhia para 124 milhões de litros de etanol celulósico por ano.
O vice-presidente de trading da Raízen, Paulo Neves, destaca a forte demanda pelo etanol celulósico, principalmente na Europa. “Já temos, no total, 80% da produção de nove plantas comercializada, pelo menos. Tivemos uma demanda muito grande, principalmente para a Europa, para essa solução de etanol celulósico, que é competitiva e única no mundo”, afirmou Neves.
Futuras unidades e aumento de capacidade
A Raízen não planeja parar por aí. A companhia prevê a inauguração de mais duas unidades produtivas de E2G ainda este ano, em Araçatuba e Bauru, ambas no interior paulista. Em 2025, serão mais duas unidades, cada uma com capacidade de 82 milhões de litros anuais, elevando a capacidade total de produção para 452 milhões de litros por ano até a safra 2025/26.
Paulo Neves explicou que, devido à alta demanda, a empresa temporariamente suspendeu a comercialização de contratos para novas plantas, focando na conclusão das unidades já em construção. “A demanda veio muito forte e muita rápida, então demos uma parada na comercialização porque temos toda essa jornada de construção para concluir”, completou.
Tecnologia inovadora e mercados internacionais
O etanol celulósico, produzido a partir de resíduos de biomassa do processo de fabricação do etanol comum, é altamente demandado em países que buscam acelerar sua transição energética. A Europa, o Japão e os Estados Unidos são mercados-chave, utilizando o E2G tanto para a adição na gasolina quanto como insumo para novas soluções energéticas, como o combustível sustentável de aviação (SAF) e aplicações nos setores de transporte marítimo e químicos.
No Brasil, apesar da elevada penetração do etanol comum, a demanda pelo E2G deve crescer com programas como o Combustível do Futuro. “É um exemplo de uma empresa que está investindo para industrializar e produzir uma solução de alto valor agregado para o mundo a partir do Brasil, com tecnologia líder”, enfatizou Neves.
Raízen: Visão de futuro e gestão de portfólio
A Raízen planeja atingir a meta de 20 plantas de E2G, com uma estratégia cuidadosa de crescimento. “É uma decisão comercial de esperar o melhor momento. Temos um olhar cuidadoso de fazer a tecnologia funcionar muito bem nessas primeiras plantas antes de continuar a partir da nona”, explicou Neves.
Cada nova planta foi sendo comercialmente melhorada ao longo do tempo, com a nona planta representando o melhor negócio até agora. A empresa, portanto, espera um momento estratégico para voltar a comercializar contratos a partir do próximo ano, visando consolidar e expandir sua liderança no mercado de etanol celulósico. Com investimentos robustos e uma estratégia bem delineada, a Raízen se posiciona como uma líder inovadora no setor de energia renovável, promovendo soluções sustentáveis a partir do Brasil para o mundo.