O Porto do Açu, operado pela Prumo Logística, celebra uma década de operações em 2024. Localizado no litoral norte fluminense, perto das ricas reservas de petróleo do pré-sal da Petrobras, o Porto do Açu se destaca como o maior complexo porto-indústria privado do Brasil. Recentemente o complexo está se aventurando em novos territórios, com investimentos substanciais em vários projetos. Um deles é a entrada surpreendente no setor do hidrogênio verde.
Expansão além do petróleo e mineração
Inicialmente concebido para o setor de petróleo e gás, o Porto do Açu já se estabeleceu como um hub crucial para a exploração de petróleo offshore, com quase 38% do petróleo exportado pelo Brasil passando por suas instalações. Sob a gestão de Rogério Zampronha, CEO da Prumo Logística, o complexo tem se consolidado como um centro vital para a economia do país, contribuindo significativamente com 54% do PIB da Região Sudeste.
No entanto, a Prumo Logística expandiu suas áreas de atuação, atraindo investidores e operadores para diferentes projetos. Uma das surpresas recentes foi a entrada do Porto do Açu na cadeia do agronegócio, com a exportação de soja e milho não transgênico. A empresa planeja expandir exponencialmente nos próximos 24 meses, com o objetivo de se tornar um porto exportador relevante para o setor agrícola brasileiro.
Energia verde no foco dos investimentos da Prumo Logística
A principal aposta da Prumo Logística nos próximos anos é a energia verde. Em agosto de 2022, a empresa anunciou um plano de investimentos de R$ 15 bilhões para a próxima década, com grande parte desse montante direcionado para a transição energética. Isso inclui a construção de um gasoduto e uma planta de briquete verde, o HBI, além de investimentos em biogás, biometano e biocombustíveis.
Um dos destaques é o projeto de hidrogênio verde, com a Prumo iniciando o licenciamento de uma área de 1 milhão de m² no porto para criar um dos maiores clusters do mundo, capaz de produzir 4 GW de hidrogênio equivalente. A inovação inclui o uso de água de reúso, proveniente do mineroduto da Anglo American, para a produção de hidrogênio, uma abordagem ambientalmente responsável e econômica.
Competindo no cenário global de hidrogênio verde
Embora outros hubs de transição energética, como o Complexo do Pecém e o Polo de Camaçari, também estejam emergindo, o Porto do Açu tem suas vantagens. Sua localização estratégica no coração da Região Sudeste, responsável por 54% do PIB brasileiro, o coloca em uma posição logística privilegiada.
Além disso, o Porto do Açu dispõe de instalações que podem abrigar projetos de energia eólica offshore, uma parte crucial da transição energética. Com capacidade para desenvolver até 34 gigawatts (GW) de projetos de eólica offshore em licenciamento, o porto se torna um player relevante nesse mercado.
Desafios e modelo ideal
Apesar do potencial, o Brasil enfrenta desafios no mercado de hidrogênio verde, como encontrar maneiras eficientes de entregá-lo aos grandes mercados consumidores. Transformar o hidrogênio em amônia para exportação pode não ser a solução ideal, pois envolve perdas energéticas significativas.
Uma abordagem mais vantajosa poderia ser atrair indústrias para usar o hidrogênio no Brasil e exportar produtos transformados, como o HDI. Isso reduziria os custos de transporte do hidrogênio em si e colocaria o Brasil em uma posição favorável no mercado global de transição energética.
O Porto do Açu, sob a liderança da Prumo Logística, está empenhado em se tornar um centro líder na transição energética do Brasil. Com investimentos substanciais em hidrogênio verde e uma visão ambiciosa para a criação de uma cadeia completa de energia renovável, o Porto do Açu está pavimentando o caminho para um futuro mais sustentável e econômico para o país.