O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) está prestes a revolucionar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil com o desenvolvimento da semente sintética, uma tecnologia disruptiva que promete simplificar o plantio, aumentar a produtividade e reduzir custos. Após uma década de pesquisa, a semente está em fase de registro de propriedade intelectual, com o potencial de acelerar a renovação de variedades, tornando o plantio mais eficiente e econômico. Além disso, o CTC está investindo em outras inovações e pesquisas para aprimorar o plantio no campo.
CTC avança na semente sintética que transformará o plantio da cana-de-açúcar
O Brasil é conhecido por sua produção massiva de cana-de-açúcar, uma cultura que tem sido cultivada da mesma maneira por mais de 500 anos desde sua chegada ao país No entanto, uma revolução está à vista com a inovação tecnológica da semente sintética, um projeto liderado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) que promete transformar radicalmente o setor agrícola. Por mais de uma década, o CTC tem estado na vanguarda do desenvolvimento da semente sintética, uma tecnologia que tem o potencial de revolucionar o plantio de cana-de-açúcar.
Embora algumas empresas tenham tentado criar produtos similares, essas iniciativas independentes se mostraram ineficazes e foram descontinuadas. No entanto, o CTC persistiu em sua missão de criar uma semente que mudasse a maneira como a cana-de-açúcar é cultivada no Brasil. Fábio Hayashida, diretor de recursos humanos e comunicação do CTC, descreve o projeto da semente sintética como “totalmente disruptivo”.
Ele destacou que, com o sucesso do projeto, o centro poderá mudar completamente a forma como a cana é plantada atualmente. A semente sintética desenvolvida em laboratório está atualmente em processo de registro de propriedade intelectual, o que significa que ainda não pode ser mostrada publicamente. Luiz Antônio Dias Paes, diretor de vendas do CTC, informa que a semente está sendo testada em algumas fazendas, mas a data de lançamento ainda não foi definida.
Nova semente sintética garante vantagens poderosas no plantio
Uma das principais vantagens da semente sintética é o impacto econômico que ela terá sobre os produtores de cana-de-açúcar. Ela promete simplificar, otimizar e reduzir os custos do plantio, em comparação com as sementes naturais obtidas por polinização, que são caras e resultam em plantas com variações de qualidade. O plantio convencional de cana-de-açúcar envolve o uso de toletes (ou colmos) da cana em produção, que gera mudas idênticas.
No entanto, esse método também é dispendioso devido ao uso de máquinas de grande porte, maior mão de obra e área considerável para o plantio. Além disso, uma parcela significativa da cana colhida é reservada para replantio, o que implica em custos adicionais. Com a semente sintética, a área destinada às novas mudas poderá ser utilizada para o plantio comercial, eliminando a necessidade de reservar espaço para o replantio.
Isso promete simplificar ainda mais o processo e reduzir os custos associados ao plantio de cana-de-açúcar. Luciana Castellani, gerente de melhoramento genético do CTC, ressalta que o novo formato de plantio deve acelerar o período de renovação das variedades já plantadas, que costuma levar de cinco a seis anos. Conforme anunciado, o CTC cria a semente sintética retirando o tecido da planta e criando uma nova semente em laboratório.
Esse processo envolve germinação, encapsulamento mecânico e plantio, resultando em uma semente que se assemelha a uma rolha de garrafa de vinho um pouco maior. A semente sintética tem o potencial de revolucionar não apenas o cultivo de cana-de-açúcar, mas também a agricultura brasileira como um todo. Ela permite um plantio mais acessível, reduz a necessidade de equipamentos pesados e mão de obra, e melhora a saúde das plantas, levando a uma produção mais eficiente.