A Venezuela, onde estão localizadas as maiores reservas de petróleo do mundo, poderá produzir menos de 500 mil barris de petróleo no próximo ano, em meio à crise econômica e política, disse o IHS Markit em sua análise nesta terça-feira.
As sanções impostas pelos Estados Unidos à indústria petrolífera da Venezuela não levaram a uma mudança de regime quase seis meses depois que o líder da oposição Juan Guaydo se declarou presidente interino e recebeu apoio dos Estados Unidos e de muitos outros países ocidentais.
De acordo com a IHS Markit, a indústria do petróleo na Venezuela se deteriorou tanto desde 2014 que qualquer recuperação levará muito tempo.
A prolongada crise política também significa que o regime militar e o regime de Maduro reforçarão a abordagem dos investidores estrangeiros, com quem a petrolífera estatal venezuelana PDVSA tem joint ventures para produzir petróleo pesado, diz o analista da Ford IHS, Ford Tanner.
“Espera-se que o uso oficial de hostilidade e indução para empresas estrangeiras envolvidas em exploração e produção se intensifique no contexto de uma nova fase do colapso da produção de petróleo”, disse Tanner ao Petrosolgas.
As sanções dos EUA aos diluentes que a Venezuela deveria diluir com seu petróleo pesado para o fluxo de exportação, bem como a pressão dos EUA sobre os compradores venezuelanos de petróleo, devem limitar ainda mais a produção, as exportações e as receitas de petróleo na Venezuela. Venezuela e no petróleo. Segundo Tanner, até 2020, a produção de petróleo poderá cair abaixo de 500 mil barris por dia.
No último relatório mensal do mercado de petróleo, as fontes secundárias da Opep – que o cartel considera dados oficiais de produção – indicam que a produção de petróleo na Venezuela em junho caiu em 16.000 barris por dia de maio para 734.000 barris por dia. Para comparação, a produção de petróleo bruto na Venezuela em 2017 foi em média 1,911 milhões de barris por dia.
Apesar da desaceleração econômica, as exportações de petróleo bruto e derivados de petróleo da Venezuela em junho aumentaram 26% em comparação com maio, devido a um aumento na oferta de contratos de crédito de petróleo com a China.
A Venezuela foi forçada a mudar seriamente suas rotas de exportação de petróleo e derivados no início deste ano, depois que os Estados Unidos efetivamente proibiram a importação de petróleo venezuelano para os Estados Unidos. Incapaz de exportar seu petróleo bruto para os Estados Unidos, a Venezuela está dando prioridade às entregas para a Ásia, especialmente para a China, com a qual firmou contratos de empréstimo e tem que pagar pelas entregas de petróleo da China National Petroleum Corporation (CNPC).