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Primeiro navio de amônia recebe aprovação nos EUA para abastecimento marítimo

Os EUA aprovaram o primeiro navio de abastecimento de amônia, marcando um avanço para a descarbonização do setor marítimo.

by Andriely Medeiros
Os EUA aprovaram o primeiro navio de abastecimento de amônia, marcando um avanço para a descarbonização do setor marítimo.

Os Estados Unidos deram um passo significativo em direção à descarbonização do setor marítimo com a aprovação preliminar do primeiro navio de abastecimento de amônia. A aprovação, conhecida como AiP (Approval in Principle), foi concedida pelo American Bureau of Shipping (ABS), uma entidade de classificação marítima reconhecida globalmente. O anúncio marca um avanço importante nas soluções de abastecimento sustentável para o setor naval, trazendo a amônia como um combustível alternativo e promissor.

Primeira aprovação para navio de abastecimento de amônia

O ABS confirmou que o projeto do navio de abastecimento de amônia atende, em princípio, aos requisitos regulatórios necessários para operar de forma segura e eficiente. No entanto, o projeto ainda precisa passar por revisões mais detalhadas antes de receber a aprovação final e de se tornar operacional.

Essa aprovação é parte de um esforço global crescente para promover o uso de combustíveis mais limpos no transporte marítimo, com o objetivo de reduzir a emissão de gases de efeito estufa e contribuir para as metas climáticas globais. O projeto está programado para entrar em operação comercial até 2030, considerado uma etapa fundamental no caminho para um transporte marítimo de baixo carbono.

Parceria internacional e o consórcio radius

O desenvolvimento do primeiro navio de abastecimento de amônia é fruto da colaboração de um consórcio internacional de empresas do setor marítimo. Entre os principais envolvidos estão a Fleet Management Limited, a Sumitomo Corporation, a Tote Services e a gigante dinamarquesa Maersk. Esse consórcio, conhecido como Radius, está empenhado em explorar o potencial da amônia como combustível marítimo e garantir uma infraestrutura adequada para seu uso.

O vice-presidente de Sustentabilidade Global da ABS, Panos Koutsourakis, destacou o compromisso da instituição com as iniciativas de baixo carbono no setor.

“A ABS está comprometida em dar suporte à indústria marítima enquanto ela busca operações mais sustentáveis. Nosso conhecimento sobre o uso da amônia como combustível marítimo é vasto, e estamos orgulhosos de compartilhar esse aprendizado com o consórcio Radius”, afirmou Koutsourakis.

A amônia como solução sustentável no transporte

A amônia é amplamente vista como uma solução promissora para o abastecimento de navios em um futuro sustentável. Ao contrário dos combustíveis fósseis convencionais, a amônia não emite dióxido de carbono (CO₂) durante a combustão, o que a torna uma alternativa viável na redução das emissões de gases de efeito estufa no setor naval.

O uso desse combustível está alinhado com as metas da Organização Marítima Internacional (IMO) de cortar pelo menos 20% das emissões do transporte marítimo até 2030 e atingir zero emissões líquidas até 2050.

Apesar de ser uma substância tóxica e altamente corrosiva, a amônia possui o potencial de ser um combustível limpo e eficiente. No entanto, desafios ainda precisam ser superados, como o desenvolvimento de tecnologias seguras para o armazenamento, manuseio e transporte da amônia em navios. É nesse contexto que o papel do consórcio Radius se destaca, com a condução de estudos de viabilidade ao longo da costa leste dos Estados Unidos.

Expansão da cadeia de suprimento no setor

Outro aspecto fundamental do projeto é o desenvolvimento de uma cadeia de suprimento eficiente para a aquisição, transporte e armazenamento de amônia como combustível marítimo. Isso envolve uma logística complexa que abrange desde a produção da amônia com baixa emissão de carbono até o seu transporte para os navios e a operação segura durante as viagens.

De acordo com projeções da Bloomberg NEF, os Estados Unidos poderão representar 41% da oferta mundial de amônia com baixa emissão de carbono até o final da década. Esse dado reflete a crescente importância do país na transição energética global, particularmente no setor marítimo, onde a necessidade de alternativas sustentáveis se torna cada vez mais urgente.

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