Em uma declaração proferida na última terça-feira, (8), em Belém (PA), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ressaltou a possibilidade de utilizar os recursos gerados pela exploração de petróleo como impulso para a transição energética em curso. Segundo ele, as pesquisas em torno de alternativas de sustentabilidade no mercado podem se apoiar na expertise da exploração do combustível fóssil. As declarações de Prates foram feitas durante a Cúpula da Amazônia, realizada no município paraense.
Prates comenta controvérsias em torno da exploração na Amazônia
Durante sua participação na Cúpula da Amazônia, Prates abordou a interseção entre o setor de petróleo e a busca por fontes de energia mais limpas e sustentáveis. Segundo ele, os recursos advindos da exploração petrolífera podem desempenhar um papel crucial no financiamento da transição energética, um processo que ele caracterizou como uma jornada gradual rumo a práticas mais ecologicamente responsáveis.
Para ele, a expertise do mercado de petróleo e gás natural pode trazer contribuições favoráveis aos avanços nos projetos de energias limpas. O presidente da Petrobras também abordou a controvérsia em torno da exploração de petróleo próxima à região da Amazônia. Comentando sobre a Declaração de Belém, um documento assinado por nações membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Prates mencionou que o texto não impõe restrições à exploração de combustíveis fósseis na floresta tropical.
Além disso, o presidente da Petrobras defendeu a abordagem da empresa e afirmou que a ela tem uma longa história de operações responsáveis na região amazônica, destacando a tecnologia de ponta utilizada para mitigar impactos ambientais. Ele enfatizou que a atividade petrolífera tem proporcionado recursos para programas sociais importantes e contribuído para a economia de estados na área.
À medida que a busca por fontes de energia mais sustentáveis ganha destaque global, o debate em torno do papel do petróleo na transição energética se intensifica. Nesse contexto, Jean Paul Prates enfatiza a importância de uma discussão aberta e informada, buscando um equilíbrio entre as necessidades energéticas e a responsabilidade ambiental.
Presidente Lula e líderes amazônicos se reúnem em Belém para debater exploração de petróleo na Amazônia
Além da participação de Prates na Cúpula da Amazônia, outros grandes nomes do mercado petrolífero, bem como os líderes amazônicos, estiveram presentes em Belém para debater a exploração de petróleo na Amazônia. O encontro ocorreu envolto em grandes tensões, já que o presidente colombiano Gustavo Petro usou seu discurso de abertura para criticar a posição de governos que continuam a promover a exploração de combustíveis fósseis, referindo-se a ela como “negacionismo” e, de forma implícita, enviando uma mensagem direta a Lula.
A exploração de petróleo na Amazônia também gerou controvérsias no próprio Governo Lula. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destaca a urgência em reduzir emissões de combustíveis fósseis, enfatizando que acabar com o desmatamento é apenas um passo na resolução dos desafios globais. Em contrapartida, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende fortemente que a Petrobras investigue a presença de petróleo na Margem Equatorial.
Unidos às falas de Prates sobre a transição energética, os posicionamentos apresentados na reunião em Belém demonstram o crescente debate sobre a exploração de petróleo na Amazônia e seu papel na transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis. Enquanto líderes e ministros expressam opiniões divergentes, fica evidente que o futuro energético do Brasil e seu impacto ambiental estão no centro das atenções, com uma discussão acalorada e dinâmica que continua a evoluir.
Dessa forma, podemos concluir que, de acordo com Prates, os recursos da exploração petrolífera podem ser utilizados para financiar mudança de paradigma energético. Onde, a utilização do petróleo na transição energética foi levantada pelo presidente da Petrobras na Cúpula da Amazônia.