Em um evento que estava sendo realizado em Fortaleza, na primeira semana do mês de agosto, o CEO do Porto do Açu, José Firmo, apresentou os novos planos do terminal para dar início a produção de hidrogênio verde no Rio de Janeiro. Estando no cenário perfeito para apresentar os planos, pois próximo à capital cearense está instalado o Porto de Pecém – considerado centro das atenções, pela produção de hidrogênio de baixo carbono, essencial no processo de transição energética – Firmo falou a respeito da grande demanda nesse setor energético, contado em dezenas de bilhões de toneladas, e também por não haver projetos suficientes para o setor.
Então, considerou que há espaço para todos. Firmo também falou a respeito de localizações estratégicas, já que o Porto do Açu está mais perto do centro econômico do Brasil, enquanto o Porto de Pecém está mais próximo de abastecer os países europeus.
Porto do Açu ajudará no processo de descarbonização do Brasil, apostando na produção de hidrogênio verde
De acordo com o CEO do Porto do Açu, o fato de estarem localizados na região Sudeste, faz com que o porto não atenda apenas o mercado externo, mas consiga também atender a demanda do país, principalmente se tratando do processo de descarbonização da indústria do Brasil.
Com esse propósito, Firmo dará início à transformação do Porto do Açu em um dos principais eixos da economia, com base no uso de energias renováveis. Até o momento, o Porto do Açu já anunciou 3 memorandos de entendimento com companhias de energia, focadas na exploração de hidrogênio verde.
Já em Pecém, existem, no mínimo, 10 documentos de exploração do setor. No entanto, o Porto de Pecém possui um padrão em seus projetos, que é o foco na exportação e competitividade no setor de energia solar e eólica, na região nordeste.
Hidrogênio verde é a principal alternativa para uma energia mais sustentável
A eletricidade oriunda de fontes limpas é a principal base para se ter o hidrogênio verde. Mesmo sabendo de diversas formas de obtê-lo, o modo mais comum é realizar o processo de quebra das moléculas da água, usando a energia renovável.
Atualmente, o Porto do Açu possui em seu portfólio apenas uma promessa de planta solar. Em parceria com a norueguesa Equinor, o projeto tem capacidade é de 220 MW, porém ainda está sendo estudado. Firmo apresentou um slide, onde haviam ilustrações mostrando turbinas em alto mar, em frente ao Porto do Açu.
Segundo ele, o fato de Açu estar em um dos 3 hotspots de energia eólica offshore do país, aumenta o nível de competitividade já para os próximos 10 anos.
O CEO do Porto do Açu têm em mente o seguinte cenário, em que os grandes consumidores de hidrogênio verde serão países da Europa, que tem buscado novas alternativas para substituir combustíveis fósseis e gás russo.
Um exemplo de uso do hidrogênio verde é na produção de briquetes de ferro, um tipo de insumo que guarda a energia limpa. A estimativa é que o hidrogênio verde faça parte da transição energética sustentável, já que a produção no setor de energia é considerada uma das atividades econômicas mais poluentes do mundo.
É necessário descarbonizar
É de extrema importância que a indústria química e as siderúrgicas brasileiras embarquem no processo de descarbonização também, tendo em vista que o setor energético tem buscado se enquadrar em um plano mais sustentável e seguro. Atualmente, grande parte do hidrogênio consumido no mundo todo é obtido por meio do gás natural.
No entanto, devido ao fato de não haver ainda energia renovável, e nem eletrolisadores para produzir hidrogênio verde, têm-se falado bastante na captura e armazenamento do CO2 emitido na produção do hidrogênio azul, outro tipo de hidrogênio. Tanto no Brasil, como no mundo, a grande maioria dos projetos já estão em fase de análise de aplicação, contando com iniciativas bilionárias de grandes companhias de petróleo e gás.
