No início da semana, um marco significativo foi alcançado no litoral do Paraná, mais precisamente no Porto de Antonina. A primeira exportação de açúcar a granel da história do terminal foi concluída com sucesso, marcando um passo à frente na capacidade de exportação do país.
Porto de Antonina realiza com sucesso a primeira exportação de açúcar a granel
O feito notável envolveu o carregamento de 16 mil toneladas de açúcar VHP (Very High Polarization) produzido no estado de São Paulo, destinado à Venezuela. O processo de carregamento do navio Irvine Bay surpreendeu com uma produtividade notável de 457 toneladas por hora, totalizando cerca de 11 mil toneladas por dia.
Gilberto Birkhan, presidente do Porto Ponta do Félix, expressou entusiasmo com a operação que superou as metas de produtividade. Ele afirmou que essa conquista adiciona mais uma carga ao portfólio do Porto, consolidando seu diferencial como um terminal especializado em cargas customizadas no Brasil.
A avaliação positiva também foi compartilhada por Rodrigo Ostanello, diretor-presidente da ED&F Man Brasil, a empresa responsável pela carga. Ostanello destacou que a operação enfrentou desafios, mas foi surpreendentemente bem-sucedida. Além disso, ele apontou que há planos para a chegada de outros navios ao longo do ano.
Uma das vantagens-chave do Porto Ponta do Félix em Antonina, conforme ressaltado por Ostanello, é a eficiência operacional. Ao contrário de outros portos que lidam com filas de atracação de até 15 dias, o Porto Ponta do Félix oferece um processo mais ágil e sem congestionamento, o que é crucial para a exportação de commodities como o açúcar. O panorama da produção de açúcar no Brasil para a safra 2023/24 também foi discutido por Ostanello.
Ele prevê que a produção total na região Centro-Sul alcance cerca de 39 milhões de toneladas. Dessa quantidade, aproximadamente 10 milhões de toneladas serão destinadas ao consumo interno, enquanto 5 milhões de toneladas de açúcar ensacado e 24 milhões de toneladas de açúcar a granel serão direcionados para a exportação. Adicionalmente, existe a expectativa de produção adicional de 3,2 milhões de toneladas de açúcar na região Norte-Nordeste.
Investimentos e eficiência operacional impulsionam crescimento do terminal
A flexibilidade da indústria açucareira brasileira também foi enfatizada por Ostanello, apontando para a capacidade de se adaptar às flutuações de preço do produto final devido ao modelo de combustão veicular (carros flex). Ele destacou que a habilidade de alterar o mix de produção entre açúcar e etanol foi um fator chave para o Brasil retomar a posição de maior produtor mundial de açúcar, ultrapassando a Índia.
Ostanello também observou que os principais mercados deficitários de açúcar, como África, Mediterrâneo e Extremo Oriente, têm necessidades distintas. Enquanto o mercado africano consome predominantemente açúcar ensacado para consumo humano, outros mercados, como refinarias, demandam açúcar a granel para transformação em produtos refinados. Acordos bilaterais, como o caso da Venezuela, também desempenham um papel nesse cenário.
Além de alcançar esse marco histórico, o Porto Ponta do Félix tem planos ambiciosos para o futuro próximo. Investimentos em novos armazéns estão previstos, aumentando a capacidade de armazenagem em impressionantes 85%, passando de 280 mil toneladas para 520 mil toneladas gradualmente.
Essa expansão permitirá a entrada em novos segmentos de mercado. Além disso, melhorias em defensas marítimas foram concluídas, priorizando a segurança durante as operações de atracação. O objetivo é atrair mais navios para Antonina, alinhando-se aos padrões internacionais de segurança portuária.
O Porto Ponta do Félix, como concessionária do terminal portuário público multipropósito de Antonina, continua a se destacar como um player essencial no comércio exterior brasileiro, demonstrando seu compromisso com a inovação, segurança e eficiência. A conclusão bem-sucedida da primeira exportação de açúcar a granel é um testemunho claro do papel vital que desempenha na economia do país.
