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Petróleo branco é a nova aposta das empresas automobilísticas para a próxima década

O lítio, também chamado de “petróleo branco”, é o material utilizado em baterias de carros elétricos e no armazenamento de energias renováveis, esse metal tem desempenhado um importante papel na indústria automobilística por ser o mais eficiente e durável em relação aos demais matérias.

Toda a qualidade desse minério o torna um dos mais procurados e um dos pilares para a transição energética pela qual os países deverão passar nas próximas décadas. Sendo o principal metal com alto armazenamento de energia, sua demanda deve continuar a crescer, superando sua oferta.

Oferta de lítio restrita

A demanda do metal ultrapassam a sua oferta a longo prazo, o que vem gerando uma grande desconexão. Os maiores depósitos de lítio estão presentes apenas no Chile e Argentina, responsáveis por cerca de 30% da produção global, e na Austrália e China, que controlam 14% e 8% dos depósitos mundiais.

Dados de 2020 mostram que 360 mil toneladas do “petróleo branco” foram produzidas, enquanto a oferta foi de 363 mil toneladas. Pesquisas mais atuais revelaram que em 2022 a busca pelo metal foi de 684 mil toneladas, enquanto que a oferta ficou em 604 mil toneladas, um grande déficit de fornecimento.

A baixa oferta do metal deve alavancar ainda mais o preço da matéria-prima

A previsão é que em 2030 a demanda seja de 2,4 milhões de toneladas, enquanto a oferta chegará a casa dos 2,2 milhões de toneladas. Se os dados se concretizarem, o preço do lítio deve se elevar cada vez mais, o que beneficiaria os produtores, porém não os consumidores e fabricantes de baterias e carros elétricos. Os recursos identificados de lítio, até o momento, são de 55 milhões de toneladas.

Com as vendas de carros elétricos subindo por conta das pressões governamentais para a transição energética, análises apontaram que o preço do “petróleo branco” aumentou consideravelmente nos últimos dois anos. Essa busca pela substituição dos veículos movidos a combustíveis fósseis para um segmento mais ecológico deve elevar ainda mais o valor do lítio.

Poucas alternativas para a substituição do “petróleo branco” o mantém no papel principal

A substituição do modelo de baterias atual (lítio), vem sendo estudada por cientistas que estão em busca de um material capaz de produzir baterias tão eficientes e seguras quanto as usadas atualmente, além de procurarem o uso de materiais mais baratos e ecológicos.

Algumas baterias com essas descrições estão em fase de pesquisa ou testes, porém ainda não estão desenvolvidas ou alçaram o esperado, com isso, o lítio continuará sendo um mineral essencial para a transição energética.

A busca por um material que melhor atenda o mercado vai para além do seu preço, a extração e refinamento de cada tonelada de lítio exige 2,1 milhões de litros de água, além da necessidade do uso de produtos químicos tóxicos para separar o material da rocha em que fica contido.

Todo o processo necessário para extração e refinamento do chamado “petróleo branco” o tornam uma opção não tão eficaz ao meio ambiente.

Fim dos carros a combustão

A União Europeia estabeleceu uma meta para o fim da venda de novos modelos automobilísticos movidos a combustíveis fósseis, é esperado que até 2035 os veículos não estejam mais nas concessionárias. Já o objetivo dos EUA foi mais audacioso, a meta é que carros elétricos sejam 50% das vendas totais de veículos até o ano de 2030. A China almeja ter 20% de sua frota de veículos elétricos até o ano de 2025.

De acordo com informações publicadas pela Agência Internacional de Energia (IEA), a demanda por lítio deve aumentar em mais de 40 vezes até 2040, já que os carros elétricos comuns usam 5 mil vezes mais lítio do que um smartphone para alimentar sua autonomia.

O Brasil no mercado de lítio

A produção de lítio no Brasil vem ganhando destaque nos últimos anos, o país já está entre os maiores produtores do mundo. Entre 2011 e 2018 a produção nacional alcançava 400 toneladas ou menos, em 2019 um salto considerável foi conquistado, 2.400 toneladas de lítio foram produzidas.

O governo brasileiro pretende investir mais de 2 bilhões de dólares até o ano de 2030 visando expandir a capacidade de produção nacional da matéria-prima. A maioria das reservas nacionais estão localizadas no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

Marcelo Santos

Conhecido com marujo pelos amigos, Marcelo possui anos de trabalho no setor offshore, atuando sempre em Macaé e Região. Sempre esteve atento em todas as notícias que envolvem o setor de óleo e gás, tanta paixão o levaram a área da comunicação, sempre buscando informar aqueles que estão envolvidos no setor de óleo e gás e entusiastas que sonham com essa área. Contato: marcelosantos@petrosolgas.com.br

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