Uma nova tecnologia offshore está sendo testada no mar do Rio Grande do Norte pela Petrobras, denominada de BRAVO – Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore. Segundo a estatal, o BRAVO consegue medir a direção e velocidade dos ventos, sendo essencial para análises que aspirem a implantação de projetos de geração de energia eólica offshore. O projeto BRAVO iniciou em 2021 e tem duração de dois anos.
Potencial eólico offshore no litoral do Rio Grande do Norte
O potencial do litoral do Rio Grande do Norte para energia eólica offshore, considerado somente em áreas adequadas, já alcança a marca dos 54,4 GW, o que seria suficiente para gerar cerca de um terço de toda a energia elétrica brasileira no ano de 2020, que de acordo com estudo feito em 2021 pela EPE, Empresa de Pesquisa Energética, alcançou aproximadamente 651TWh.
As áreas com maior capacidade de geração eólica ficam localizadas no litoral norte do país, onde a capacidade instalada estimada é de 32,8 GW, representando o dobro da estimativa oficial do Governo brasileiro no PNE.
Investimentos de mais de R$ 9 milhões em tecnologia offshore
O investimento na Tecnologia BRAVO alcançou a casa dos R$ 9 milhões, existe a previsão de que tal tecnologia inédita no país reduza em 40% o custo em comparação com a contratação do tipo de serviço no exterior. A realização de medição por meio de boias é uma forma adotada visando abolir as torres fixas de medição devido aos seus altos custos de instalação.
A parceria entre a Petrobras e o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis – ISI-ER, do Rio Grande do Norte e Santa Catarina, possibilitou a realização do projeto que além de medir a velocidade e direção dos ventos processa variáveis meteorológicas, como, por exemplo: temperatura do ar, umidade relativa, pressão atmosférica e também variáveis oceanográficas, como correntes marítimas e ondas.
O recurso de Bluetooth e Wi-fi são usados para coleta de dados do Bravo que após serem enviados para um servidor em nuvem é acessado pelo Senai e pela Petrobras. As informações colhidas pela boia serão comparadas com os dados recolhidos por uma unidade fixa implantada em terminal terrestre.
Tecnologia Bravo
A boia Bravo tem cerca de 3,5 m de altura e diâmetro de 2,5 m, a tecnologia é alimentada por módulos fotovoltaicos e aerogeradores para conseguir ficar em modo operante em regiões remotas e não dependa de fontes externas de energia.
Segundo a Petrobras, o país ainda não possui um fornecedor com equipamento próprio e por hora, nenhuma campanha de medição com uma boia nacional foi feita. Ao redor do mundo, a tecnologia só é existente em algumas regiões do Mar do Norte e em países como Canadá, EUA, Taiwan, França, Reino Unido, Noruega, Portugal e outros.
Para que projetos eólicos offshore sejam desenvolvidos várias etapas são necessárias e uma delas é o Estudo de Potencial Energético Offshore, que requer a realização de campanha de medição, que após feita, fornece dados que permitirão a possível realização de construção de um parque eólico, uma vez comprovada o potencial na região, o projeto de engenharia e escolha das tecnologias mais aptas para o serviço.