A Petrobras anunciou recentemente a aprovação de investimentos para a retomada da refinaria no antigo Comperj, com foco na produção de diesel. Incluído no novo plano estratégico da empresa, o projeto renasce após ter sido impactado pela Operação Lava Jato e deixado de lado em gestões anteriores. Com um orçamento de cerca de R$ 500 bilhões para os próximos cinco anos, a Petrobras destinará aproximadamente R$ 85 bilhões à área de refino, visando expandir a produção de diesel S-10 e incorporar combustíveis baseados em matérias-primas renováveis. Além disso, a empresa reafirmou seu compromisso com a transição energética com projetos em andamento.
A Petrobras deu luz verde para a retomada dos investimentos na refinaria do antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) como parte de seu novo plano estratégico. Esse projeto, que havia sido impactado pela Operação Lava Jato, agora volta ao foco com um planejamento renovado na produção sustentável de diesel. No governo de Jair Bolsonaro, o Comperj foi rebatizado como GasLub, e a Petrobras já havia indicado a possibilidade de retomada dos trabalhos na refinaria.
Agora, essa intenção foi oficialmente confirmada como parte do orçamento de aproximadamente R$ 500 bilhões aprovado para os próximos cinco anos. Como parte do plano estratégico, a área de refino da Petrobras receberá quase R$ 85 bilhões destinados a ela, representando um aumento de 77% em relação ao último plano sob o governo Bolsonaro.
Dentre esses investimentos, cerca de R$ 45 bilhões serão destinados para expandir a capacidade de produção de combustíveis, especialmente o diesel. O objetivo da petroleira é aumentar em 290 mil barris por dia a produção de diesel S-10, ao mesmo tempo em que busca a produção de 34 mil barris por dia de combustíveis baseados em matérias-primas renováveis.
Agora, a Petrobras aposta não apenas no petróleo, mas também em fontes vegetais, alinhando esforços para reduzir a pegada de carbono nos próximos anos. Outro projeto associado à Operação Lava Jato, a Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, contribuirá significativamente para o aumento planejado na capacidade de produção. Essa expansão busca não apenas atender à demanda nacional por diesel, mas também se volta para a agenda global de sustentabilidade.
Lançado em grande estilo no segundo governo de Lula, em 2008, o Comperj tinha a expectativa de iniciar operações em 2012, com um orçamento inicial de US$ 6,5 bilhões. No entanto, as obras da refinaria foram interrompidas em 2015, e o polo petroquímico permaneceu no papel, sem os investimentos necessários. Agora, a Petrobras planeja reviver não apenas a refinaria, mas também a construção de uma usina térmica para transformar em energia o gás do pré-sal.
As obras de conclusão da unidade de tratamento de gás na região do antigo Comperj já estão em andamento, visando receber a produção dos maiores campos do pré-sal por meio do sistema de gasodutos Rota 3, com operações programadas para 2024. A retomada do projeto não apenas representa uma resposta aos desafios do passado, mas também oferece oportunidades para a Petrobras se posicionar como uma peça chave na matriz energética nacional.
Claudio Schlosser, diretor de Refino, Transporte e Comercialização da Petrobras, reforçou a importância de atender ao mercado brasileiro como parte do novo plano de investimentos. Manter a Petrobras integrada, segundo Schlosser, é essencial, e a empresa projeta que o consumo de diesel no país continuará a crescer até 2030. Assim, a companhia está se posicionando não apenas como uma líder na produção de petróleo, mas como uma potência na produção futura de diesel.
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