A Petrobras está apostando no potencial do Nordeste brasileiro como um polo de destaque na geração de energia eólica offshore, ao anunciar recentemente planos para dez projetos, sete deles na região nordestina. Essa iniciativa aproveita as condições ideais de vento e infraestrutura existente, incluindo plataformas de petróleo que serão descomissionadas nos próximos anos, possibilitando a medição dos ventos necessária para a energia eólica offshore. A empresa também considera a utilização de torres flutuantes na região fluminense para impulsionar projetos próximos ao pré-sal, destacando a importância da colaboração entre os setores de petróleo e energia renovável.
Nordeste apresenta vantagens competitivas para produção de energia eólica offshore
O Nordeste brasileiro está prestes a se tornar um polo de destaque na geração de energia eólica offshore, e a Petrobras está liderando esse movimento. A empresa estatal anunciou recentemente planos ambiciosos para impulsionar projetos de energia eólica offshore na região, aproveitando as condições ideais de vento e infraestrutura existente.
Na semana passada, a Petrobras deu um passo significativo ao entrar com pedidos de licenciamento ambiental no Ibama para dez projetos de energia eólica offshore. Destes, sete serão localizados no Nordeste, dois no Sudeste e um no Sul do Brasil. A empresa planeja iniciar estudos detalhados de vento em seis dessas áreas nos próximos doze meses.
Daniel Faro, gerente de geração renovável da Petrobras, destacou durante a sua participação no Congresso Ecoenergy, em São Paulo, que a escolha dos locais para esses projetos não foi arbitrária. A empresa levou em consideração a sinergia com seus ativos existentes, visando facilitar a implantação e reduzir custos.
Além disso, a proximidade de plataformas de petróleo que serão descomissionadas nos próximos anos na região do Nordeste é vista como uma vantagem, permitindo a reutilização dessas estruturas para medição dos ventos necessária para a energia eólica offshore. A Petrobras enfatiza que a fundação fixa das eólicas offshore é mais viável em áreas com profundidades de até 50 metros. Portanto, projetos em águas rasas, como os planejados no Nordeste, são considerados mais competitivos.
“Consideramos que os projetos mais competitivos são aqueles em águas bem rasas”, reforçou Daniel Faro.
Sudeste apresenta restrições para desenvolvimento de projetos da Petrobras
Apesar de ser um ponto positivo para o Nordeste, a escolha de locais dos projetos da Petrobras não se limita apenas ao vento favorável. Algumas outras complicações, tais quais o tráfego de embarcações e áreas de conservação ambiental também foram consideradas.
No Sudeste, a maioria das plataformas instaladas em águas rasas está além do limite de 50 metros de profundidade, o que dificulta a implementação de projetos de energia eólica offshore. No estado do Rio de Janeiro, a Petrobras enfrenta desafios adicionais devido à proximidade das melhores condições de vento com áreas turísticas e de tráfego marítimo intensivo na Região dos Lagos.
Isso levanta preocupações quanto a possíveis conflitos e requer uma gestão cuidadosa. Apesar disso, a Petrobras também está inovando na região fluminense, com o primeiro projeto de energia eólica offshore do Brasil a utilizar torres flutuantes. A localização estratégica desses projetos próximo ao pré-sal oferece oportunidades de sinergia e descarbonização, unindo a indústria de petróleo e gás às eólicas offshore.
Daniel Faro ressalta que o Nordeste oferece um vasto território a ser explorado em comparação com o Sudeste. Com mais áreas a serem prospectadas e a infraestrutura adequada, a Petrobras está otimista quanto ao potencial de crescimento da energia eólica offshore na região nordestina.
Dessa forma, a entrada da Petrobras no mercado de energia eólica offshore representa um passo significativo em direção a um futuro mais sustentável para o Brasil. A empresa está alinhando seus projetos com metas ambientais enquanto impulsiona a produção de energia limpa.