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Petrobras marca estreia no mercado voluntário de créditos de carbono ao adquirir créditos equivalentes a 175 mil toneladas de gases de efeito estufa

Petrobras investe em créditos de carbono para preservar a Amazônia e fortalecer sua estratégia de descarbonização.

by Marcelo Santos
Petrobras marca estreia no mercado voluntário de créditos de carbono ao adquirir créditos equivalentes a 175 mil toneladas de gases de efeito estufa

A Petrobras fez sua estreia no mercado voluntário de créditos de carbono, marcando um passo significativo em direção à sustentabilidade e à preservação ambiental. A empresa adquiriu créditos equivalentes a 175 mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE) evitadas, por meio de uma transação que corresponde à preservação de uma vasta área de 570 hectares da floresta amazônica. Esse espaço equivale a cerca de 800 campos de futebol, comparável em tamanho ao Estádio do Maracanã.

Presidente da Petrobras comenta a entrada da estatal para o mercado de créditos de carbono

Os créditos foram adquiridos do Projeto Envira Amazônia, localizado no município de Feijó, no Acre. Este projeto tem como foco principal a preservação da floresta amazônica e o desenvolvimento de ações em prol das comunidades locais.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, destacou o compromisso da empresa com a transição energética do Brasil e o potencial do mercado de carbono. Ele enfatizou a importância de avançar em direção ao uso de fontes de energia limpa, captura e armazenamento de carbono, e investimentos em descarbonização. Prates salientou o imenso potencial do Brasil para liderar esse segmento, dado seu condição como um dos países mais biodiversos do mundo.

Mercado de carbono e a compensação de emissões

O mercado de carbono opera como um mecanismo de compensação de emissões de gases de efeito estufa, permitindo a negociação de créditos de carbono gerados por projetos que evitam ou removem esses poluentes. A Petrobras observa a compra de créditos de carbono como um complemento à sua estratégia de descarbonização, que inclui a redução de emissões em suas operações, investimentos em energias renováveis, biorrefino e captura e armazenamento de carbono (CCS).

A gerente executiva de Mudanças Climáticas da Petrobras, Viviana Coelho, destacou a importância dessa iniciativa como uma forma de contribuir para o financiamento da conservação das florestas brasileiras. Ela ressaltou que essa ação não substitui, mas complementa os esforços de redução das emissões de gases de efeito estufa.

Investimento de 120 milhões de dólares em aquisição de créditos de carbono

No atual plano estratégico da Petrobras, estava previsto um investimento de até 120 milhões de dólares em aquisição de créditos de carbono entre 2023 e 2027. No entanto, o diretor-executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da empresa, Mauricio Tolmasquim, indicou que esse montante deverá aumentar, refletindo o compromisso renovado da empresa com questões climáticas e de descarbonização.

Especialistas apontam que investimento da Petrobras foi inferior a 1 milhão de dólares

A entrada da Petrobras no mercado de carbono é um passo positivo, embora o valor inicial adquirido seja considerado relativamente baixo para uma empresa do porte da Petrobras. Segundo especialistas, o valor gasto na transação provavelmente foi inferior a 1 milhão de dólares.

No entanto, a empresa planeja se tornar mais ativa nesse mercado voluntário de créditos de carbono, incentivando outras companhias no Brasil a adotar práticas sustentáveis e contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

O que são créditos de carbono?

Os créditos de carbono representam uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida para a atmosfera, contribuindo para a diminuição do efeito estufa. Em outras palavras, uma tonelada de dióxido de carbono equivale a um crédito de carbono. Essa moeda é utilizada no mercado de carbono, onde empresas com altas emissões e limitadas opções para reduzi-las podem comprar créditos de carbono para compensar suas emissões.

A lógica por trás desse mercado é simples: quanto mais um país se esforça para reduzir suas emissões de poluentes, mais créditos de carbono ele pode gerar. Esses créditos podem então ser utilizados como moeda de negociação com outros países que não alcançaram suas metas de redução. É uma forma de incentivar ações que combatam as mudanças climáticas e promovam a conservação ambiental em âmbito global.

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