A Petrobras, que completa 70 anos nessa terça-feira, 3, busca um futuro de transição energética enquanto explora a Margem Equatorial brasileira no setor de petróleo e gás. A empresa destaca a importância de associar a produção de combustíveis fósseis à transição energética, investindo em tecnologias verdes e inovações, como a transformação da Refinaria de Petróleo Riograndense em uma refinaria totalmente verde. No entanto, ela enfrenta críticas de ambientalistas e desafios relacionados a privatizações de refinarias, enquanto sindicalistas pedem mais investimentos em pesquisa para a transição energética.
70 anos da Petrobras são marcados por investimentos na transição energética
A Petrobras celebra seu 70º aniversário com uma visão ambiciosa para o futuro. Em busca de ampliar a exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial brasileira, a empresa também se propõe a liderar a transição energética do país. A Margem Equatorial, estendendo-se desde o litoral do Rio Grande do Norte ao do Amapá, é uma área de interesse para a Petrobras.
A exploração de petróleo e gás nessa região tem sido alvo de críticas por ambientalistas, preocupados com os impactos ambientais. No entanto, a Petrobras argumenta que é necessário continuar investindo em combustíveis fósseis para financiar a transição energética.
A petroleira entende que a transição energética é essencial para o futuro, mas acredita que os combustíveis fósseis ainda serão fundamentais na economia mundial por muitos anos. O diretor-executivo de processos industriais da Petrobras, William França, destacou a importância de associar a produção de combustível fóssil à transição energética. Assim, a empresa está investindo na descarbonização de suas atividades, com projetos inovadores.
De acordo com França, “o combustível fóssil é, e ainda será por muitos anos, o motor da economia mundial, inclusive no Brasil”.
Além disso, a companhia está se destacando na busca por alternativas mais sustentáveis. Um exemplo disso é o projeto que visa transformar a Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR) na primeira refinaria totalmente verde do Brasil. Utilizando matéria-prima vegetal, a refinaria produzirá nafta verde, petroquímica verde, diesel verde e biocombustíveis. Essa iniciativa representa um passo significativo na direção da redução das emissões de carbono.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, enfatizou a importância da Petrobras na transição energética do país. Ele destacou que a empresa desempenha um papel fundamental na busca pela autonomia na produção de combustíveis e que seus planos estão alinhados com as demandas do Congresso.
Estatal enfrenta críticas quanto às privatizações no setor de petróleo e gás
Enquanto a Petrobras avança em direção à transição energética, a companhia ainda enfrenta desafios significativos, incluindo privatizações de refinarias. Representando os trabalhadores da empresa, Deyvid Bacelar, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), defende a reversão dessas privatizações e a retomada de investimentos em grandes construções. Deyvid Bacelar também enfatiza a necessidade de aumentar o investimento em pesquisa no centro de pesquisa da Petrobras.
Para o Brasil alcançar a autossuficiência na transição energética, ele argumenta que a tecnologia associada deve permanecer no país, destacando a importância de mudanças profundas no centro de pesquisas da Petrobras. Além disso, críticos das privatizações argumentam que elas podem levar à perda de empregos e ao aumento dos preços dos combustíveis para os consumidores brasileiros.
Ainda há preocupações sobre a possibilidade de empresas estrangeiras controlarem partes significativas da infraestrutura energética do Brasil, o que poderia ter implicações para a segurança energética do país. Ao passo em que as decisões quanto às concessões são tomadas, essa questão tende a continuar a ser um ponto importante nas discussões sobre o futuro da empresa e da indústria de energia no Brasil. No entanto, à medida que avança em direção a um futuro mais sustentável, a Petrobras continua sendo uma figura central na economia e na política energética do Brasil.
