A Petrobras diminuiu o preço da gasolina em 4,1% nas refinarias, ao mesmo tempo em que aumentou o valor do diesel em 6,6%, com vigência desde sábado, 21. Essa decisão, que impacta diretamente no bolso dos consumidores, está sendo tomada em um cenário marcado por turbulências nos preços internacionais de combustíveis, desencadeadas pelo conflito entre Israel e o Hamas no início do mês.
Por que a Petrobras baixou a gasolina e aumentou o diesel?
Em um comunicado oficial, a Petrobras esclareceu que a gasolina terá uma redução de R$ 0,12 por litro, enquanto o diesel terá um aumento de R$ 0,25 por litro. Importante ressaltar que esses valores são aplicados para as distribuidoras e não diretamente para os consumidores. Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, enfatizou que a estratégia adotada visa tornar a empresa mais competitiva no mercado, ao mesmo tempo em que visa evitar repassar a volatilidade dos preços internacionais para os consumidores brasileiros.
Diferenças no mercado da gasolina e do diesel
A Petrobras justificou as mudanças com base em movimentos distintos observados nos mercados de diesel e gasolina. No caso da gasolina, o término do período sazonal de alta demanda global resulta em maior disponibilidade e, consequentemente, em uma desvalorização do produto em relação ao petróleo. Por outro lado, o diesel apresenta uma demanda global sustentada, com expectativa de aumento sazonal, o que leva à valorização do produto em relação ao petróleo.
Variação acumulada no ano
Apesar do aumento no preço do diesel, a Petrobras destaca que, ao longo do ano, a variação acumulada demonstra uma redução significativa nos valores. A gasolina registra uma queda de R$ 0,27 por litro ao longo do ano, enquanto o diesel apresenta uma redução de R$ 0,44 por litro no mesmo período. Jean Paul Prates enfatiza que, mesmo com o valor do Brent mais alto em comparação com o ano anterior, os preços dos produtos da Petrobras acumulam quedas, em contraste com o que ocorreu em 2022.
“A estratégia comercial que adotamos na Petrobras nesta gestão tem se mostrado bem-sucedida, sobretudo no sentido de tornar a Petrobras competitiva no mercado e ao mesmo tempo evitar o repasse de volatidade para o consumidor. Uma prova disto é que ao longo deste ano, mesmo com o valor do brent mais alto que no ano passado, os preços dos nossos produtos acumulam quedas, muito diferente do que aconteceu ao longo de 2022”, afirma Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.
A influência do mercado internacional e as mudanças na política de preços da Petrobras
Desde o início do ano, a Petrobras não segue mais o PPI (preço de paridade internacional), resultando em uma defasagem entre os preços praticados no mercado doméstico e os preços internacionais. De acordo com os dados mais recentes da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem média de preço é atualmente de -12% para o diesel e de -5% para a gasolina.
Essas mudanças nos preços dos combustíveis têm um impacto significativo na vida dos brasileiros, afetando não apenas os motoristas, mas também os custos de transporte e produção em diversos setores da economia. Portanto, o acompanhamento atento das variações nos preços dos combustíveis e a compreensão das estratégias adotadas pelas empresas como a Petrobras são fundamentais para entender o panorama econômico do país.
Ainda sobre a precificação, Prates disse que é “sempre bom lembrar que o preço final dos produtos não é definido pela Petrobras, pois engloba outros fatores. Um exemplo disso, é o GLP (gás de cozinha), que segue com o preço mantido nas refinarias, onde o botijão de 13kg custa em média R$31,66; enquanto o preço médio ao consumidor superou os R$100 por botijão de 13kg”.