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Pesquisadores desenvolvem tecnologia limpa e renovável, capaz de converter energia solar, gás carbônico (CO2) e água em combustíveis líquidos

Pesquisadores de Cambridge desenvolvem tecnologia inovadora que converte energia solar e CO2 em combustíveis líquidos.

by Marcelo Santos
Pesquisadores desenvolvem tecnologia limpa e renovável, capaz de converter energia solar, gás carbônico (CO2) e água em combustíveis líquidos

Pesquisadores da renomada Universidade de Cambridge, no Reino Unido, apresentaram uma descoberta revolucionária no campo das energias renováveis. Uma equipe de cientistas desenvolveu uma tecnologia limpa e sustentável capaz de converter energia solar, dióxido de carbono (CO2) e água em combustíveis líquidos que podem ser utilizados diretamente nos motores dos carros.

Inspirados pelo processo de fotossíntese das plantas, os pesquisadores criaram uma folha artificial autônoma, que funciona como uma espécie de “fábrica de combustível verde“. Essa inovação pode representar um grande passo na transição de uma economia baseada em combustíveis fósseis para uma economia mais sustentável.

A tecnologia por trás da folha artificial

A folha artificial projetada pela equipe de cientistas de Cambridge é composta por um suporte de haste de metal e um fotovoltaico integrado a um catalisador bimetálico. Essa combinação permite a absorção da luz solar, utilizada para iniciar a reação química de conversão do CO2 e da água em combustíveis líquidos.

O catalisador, feito de cobre e paládio, desempenha um papel fundamental na produção dos álcoois multicarbonados, como etanol e propanol. Ao contrário de estudos anteriores, nos quais eram obtidos compostos químicos simples, aprimorar a capacidade de produção foi o objetivo dos pesquisadores de Cambridge.

O potencial da nova tecnologia

Segundo Motiar Rahaman, primeiro autor do artigo publicado na revista Nature Energy, a folha artificial funciona de maneira semelhante a uma folha natural ao converter CO2 e água em açúcar e oxigênio usando a energia solar.

A novidade dessa pesquisa está no uso da luz solar como fonte energética para promover a reação de CO2 com água e formar álcoois. Essa abordagem é mais simples e sustentável em comparação com os estudos tradicionais que utilizam energia elétrica por meio de processos eletrolíticos.

O impacto ambiental e a sustentabilidade

A tecnologia desenvolvida em Cambridge oferece uma solução promissora para reduzir o excesso de gases de efeito estufa na atmosfera. Ao utilizar o CO2 como matéria-prima para a produção de combustíveis líquidos renováveis, o dispositivo contribui para mitigar o aquecimento global e enfrentar a crise energética. A utilização da energia solar como fonte de eletricidade, juntamente com um dos principais gases causadores do efeito estufa, o CO2, destaca a alta sustentabilidade desse processo.

Embora a folha artificial seja atualmente uma prova de conceito com eficiência modesta, os pesquisadores estão trabalhando para otimizar os absorvedores de luz solar e os catalisadores, visando tornar o dispositivo mais eficiente e escalável. O professor Germano Tremiliosi, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP), ressalta que, embora tenha sido testada em pequena escala, a tecnologia precisa ser aprimorada para gerar grandes volumes de combustível de forma sustentável.

Pesquisa inovadora publicada da Nature Energy

A pesquisa inovadora conduzida pelos cientistas da Universidade de Cambridge e descrita neste artigo foi publicada na revista Nature Energy, uma das publicações científicas mais respeitadas no campo da energia sustentável e tecnologias ambientalmente amigáveis. A Nature Energy é uma revista de acesso aberto que abrange uma ampla gama de tópicos relacionados à pesquisa em energia, incluindo energia renovável, eficiência energética, armazenamento de energia e políticas energéticas.

A publicação desse estudo na Nature Energy ressalta a importância e o impacto significativo da pesquisa realizada pela equipe de Cambridge. Ao ser publicado em uma revista de renome, o trabalho científico passa por um rigoroso processo de revisão por pares, garantindo sua validade e contribuindo para o avanço do conhecimento científico nessa área.

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