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Perfuração de poços de xisto nos EUA traz novos desafios e incertezas ao mercado de petróleo

No início dos anos 2000, o xisto dos EUA se tornou a principal fonte de crescimento global de produção de petróleo.

by Andriely Medeiros
No início dos anos 2000, o xisto dos EUA se tornou a principal fonte de crescimento global de produção de petróleo.

Nos Estados Unidos, a indústria do petróleo está passando por uma transformação radical à medida que os produtores de xisto buscam novas fronteiras na perfuração de poços. Com um aumento significativo na perfuração horizontal estendida, que agora ultrapassa 3 milhas, a busca por petróleo de xisto enfrenta riscos operacionais consideráveis, mas também oferece recompensas potenciais substanciais. Grandes empresas, como Pioneer Natural Resources e Diamondback Energy, lideram esse movimento, enquanto o setor enfrenta desafios financeiros e tecnológicos na corrida para maximizar os retornos no mercado de petróleo.

EUA inicia verdadeira revolução no mercado de petróleo com perfuração de xisto

Os Estados Unidos estão no epicentro de uma revolução na indústria de petróleo, impulsionada pela crescente demanda por tecnologias inovadoras e pela busca incansável por mais petróleo de xisto. À medida que as reservas de petróleo mais acessíveis diminuem, as empresas de petróleo dos EUA estão indo mais fundo, literalmente, na busca por recursos valiosos.

Desde o início do boom do xisto, os produtores de petróleo nos EUA têm explorado todas as dimensões da perfuração, tanto na vertical quanto na horizontal, sob a superfície da terra. No entanto, a paisagem está mudando, uma vez que o petróleo de fácil extração já se esgotou. Agora, as empresas estão explorando novas fronteiras, perfurando a incrível distância de mais de 3 milhas (4,83 km) na horizontal, enfrentando desafios e riscos excepcionais.

A Bacia Permiana, abrangendo o Texas e o Novo México, é um epicentro da inovação na perfuração de xisto. Aproximadamente uma em cada cinco novas perfurações nessa região dependerá de poços horizontais subterrâneos com mais de 3 milhas em 2024. Isso representa um aumento notável em relação a apenas dois anos atrás, quando essa proporção era praticamente zero. A empresa de pesquisa Rystad Energy observa atentamente essa tendência.

Nesse cenário, grandes empresas de petróleo dos EUA, como Pioneer Natural Resources e Diamondback Energy, estão liderando a revolução na perfuração de xisto. Eles acreditam que a perfuração horizontal estendida será crucial para o futuro da indústria de xisto, que está envelhecendo. 

Os avanços tecnológicos estão construídos sobre os poços verticais tradicionais que precederam o boom do xisto e os poços horizontais padrão de 2 milhas que são predominantes atualmente. No entanto, adicionar uma milha horizontal extra ou mais torna os projetos mais complexos e dispendiosos. Isso abre espaço para os grandes players, que têm mais recursos, ganharem vantagem na produção.

Perfuração de xisto ainda é uma operação com grandes desafios nos EUA

A perfuração de poços horizontais estendidos não é isenta de riscos. Mike Holcomb, diretor operacional da Patterson-UTI Energy Inc., uma das maiores empreiteiras dos EUA no setor de perfuração, descreve a situação como um “jogo mais arriscado”.

Ele enfatiza que, se algo der errado durante o processo, resultará em perdas significativas. Isso é ilustrado pelo fato de que perder um poço lateral de 3 milhas equivale a perder 3 milhas de produção, em comparação com 2 milhas em poços convencionais. No início dos anos 2000, o xisto dos EUA se tornou a principal fonte de crescimento global de produção de petróleo.

No entanto, à medida que as melhores áreas foram exploradas, a produção de xisto começou a declinar. Isso desencadeou uma busca por métodos mais eficazes para extrair hidrocarbonetos de difícil acesso, como perfurações em padrões de zigue-zague e retorno em U sob milhas de rocha.

Apesar disso, essa tecnologia não está isenta de desafios, pois novas técnicas podem causar falhas nos equipamentos e aumentar os custos. Assim, tomar a decisão de perfurar poços horizontais de 3 milhas é um equilíbrio delicado entre riscos e recompensas, e o mercado de petróleo dos EUA segue tentando encontrar o caminho certo nesse cenário.

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