A agência de notícias de negócios brasileira O´Globo informou que o órgão de proteção ambiental do país, o Ibama, negou a licença “citando problemas técnicos” nos planos apresentados pela empresa.
O’Globo informou ainda que o Ibama disse que sua decisão foi tomada com base em “profundas incertezas” detectadas nos planos de emergência da Total relacionados à possibilidade de um derramamento de óleo que possa afetar os recifes de coral e a biodiversidade.
O site do IBAMA ficou inativo no momento da redação do artigo.
Vale lembrar, não é a primeira vez que o Ibama nega os planos da Total para a Bacia da Foz do Amazonas.
Ibama rejeitou em agosto de 2017 um estudo de impacto ambiental apresentado pela Total relacionado à perfuração de até nove poços nos blocos FZA-M-57, 86, 88, 125 e 127, na bacia da Foz do Amazonas perto de um recife de coral descoberto em 2016
A Total é a operadora desses blocos com a BP e a Petrobras como parceiras. A Total tem 40% de participação em cada bloco e a BP e a Petrobras detêm 30% de participação em cada bloco.
O enorme recife tem cerca de 9.500 quilômetros quadrados de formações, incluindo esponjas gigantes e algas calcárias, chamadas de rodolitos. Os cientistas acreditam que o recife da Amazônia, que vai do Brasil até a fronteira com a Guiana Francesa, poderia ser um novo bioma marinho.
No momento da rejeição no ano passado, o presidente do Ibama Suely Araújo citou pareceres técnicos que impediam a emissão de licença para atividades de exploração de petróleo na região.
“A modelagem de dispersão de óleo, por exemplo, não deixa dúvidas sobre os possíveis impactos no banco de corais e na biodiversidade marinha. Também destaca a necessidade de negociações internacionais relacionadas a possíveis riscos transfronteiriços no licenciamento de perfuração marítima e interlocução com a Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela, bem como o arquipélago do Caribe ”, disse Araújo em agosto de 2017.
O presidente disse no ano passado que, como o Ibama já passou por esse processo de licenciamento três vezes, a petroleira teria apenas mais uma tentativa de atender aos requisitos do estudo ambiental.
“Se os requisitos não forem cumpridos, o processo de licenciamento será encerrado”, disse o Ibama no ano passado. Ainda não se sabe qual será a conseqüência do último término dos planos de perfuração da Total.
Antes da rejeição no ano passado, a Total esperava iniciar as atividades de perfuração em 2017 em lâmina d’água superior a 1.900, e a uma distância entre 120 e 188 km da costa do município de Oiapoque, no Estado do Amapá.
Além disso, em maio de 2018, a Total informou que não há evidências de “formação biogênica” em seus blocos da Bacia da Foz do Amazonas, após relatos de que o Greenpeace encontrou “leitos de rodolitos” perto da mesma área onde a Total planeja perfurar petróleo.
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