Uma aliança estratégica entre a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Shell Brasil lança luz sobre o futuro da exploração de óleo e gás offshore. O novo Centro de Inovação em Tecnologia Offshore (OTIC, na sigla em inglês) foi inaugurado na quarta-feira (12) com uma promessa de transformação na indústria. Com um investimento significativo de R$ 163 milhões ao longo de cinco anos, o centro visa impulsionar pesquisas que alinhem eficiência, sustentabilidade e avanços tecnológicos.
Investimento e inovação para uma nova era
O OTIC já começa suas operações com um portfólio de 24 projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Este conjunto inicial de iniciativas é financiado pela Shell e pela Fapesp, com a petroleira destinando aproximadamente R$ 49 milhões através da cláusula em PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Mais de 250 pesquisadores estarão envolvidos nesta primeira fase, refletindo a magnitude e a ambição do projeto. A transição energética e a digitalização são pilares centrais no escopo do OTIC.
“A transição energética é um movimento imperativo para o mundo, e a jornada para a transformação da indústria offshore deve ser feita com planejamento, de forma segura, acessível e sustentável, de modo a diversificar e expandir as fontes de energia disponíveis”, afirmou Olivier Wambersie, gerente-geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil.
Ele enfatiza que o investimento no centro marca o início de um portfólio de projetos focados na descarbonização da indústria e na otimização das operações.
Programas técnicos
O OTIC é estruturado em cinco programas técnicos interconectados: Novos Processos e Operações, Energia de Baixo Carbono, Novos Materiais e Nanotecnologia, Segurança das Pessoas, do Meio Ambiente e Economia Circular, e Transformação Digital.
Cada uma dessas áreas tem potencial para produzir soluções práticas de curto prazo, bem como inovações disruptivas para uma transformação de longo prazo na indústria. A pesquisadora do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT, Zehbour Panossian destaca a importância do programa de Novos Materiais e Nanotecnologia.
“Este programa é transversal e diretamente ligado a todos os outros, pois os materiais utilizados pela indústria precisam ser reavaliados considerando desempenho, durabilidade, reciclabilidade e sustentabilidade”, explica Panossian.
Ela acrescenta que o IPT, com suas unidades de Materiais Avançados e de Bionanomanufatura, já tem uma sólida experiência e diversos projetos bem-sucedidos no setor de óleo e gás.
A Transformação da Indústria Offshore
Para o professor da USP e vice-diretor científico do projeto, Gustavo Assi, a transição energética e a digitalização representam um passo crucial para o futuro da indústria offshore.
“Gerar mais energia com menos emissões de gases de efeito estufa nos impõe desafios tecnológicos, mas também nos oferece a oportunidade de desenvolver novas formas de geração de energia limpa e realmente construir o offshore do amanhã”, destaca Assi.
Ele reforça que o OTIC se propõe a participar dessa jornada, promovendo uma colaboração entre indústria, governo e academia para fomentar o conhecimento científico e tecnológico.
Um futuro promissor para a Indústria Offshore
Dessa forma, a inauguração do OTIC representa um marco significativo na busca por uma exploração offshore mais eficiente e sustentável. A parceria entre instituições de renome e a Shell Brasil promete não apenas avanços tecnológicos, mas também uma contribuição substancial para a transição energética global.
Com um olhar atento para a sustentabilidade e a transformação digital, o centro de pesquisa surge como uma referência para o futuro da indústria offshore, incentivando a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias que poderão moldar o panorama energético nas próximas décadas.
A união de esforços e o investimento robusto no OTIC não só ressaltam a importância da pesquisa e desenvolvimento na indústria offshore, mas também apontam para um futuro onde a exploração de recursos naturais se alinhe com os princípios de sustentabilidade e eficiência. A expectativa é que os projetos em andamento no centro tragam avanços significativos, contribuindo para uma indústria mais verde e tecnologicamente avançada.