O Brasil, tradicionalmente conhecido por seu enfoque na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, está passando por uma mudança em seu setor de biocombustíveis. O etanol de milho está emergindo como uma alternativa cada vez mais atrativa, impulsionada por investimentos, tanto antigos quanto novos, e promete ganhar uma parcela maior do mercado.
Anúncios de novas usinas de etanol estão surgindo em todo o território brasileiro, com uma diferença marcante: a matéria-prima escolhida é o milho. Embora o Brasil tenha uma história rica na produção de biocombustíveis, especialmente o etanol de cana-de-açúcar, a crescente popularidade do biocombustível de milho está chamando a atenção do mercado.
O diretor financeiro da São Martinho, Felipe Vicchiato, destacou a vantagem competitiva do etanol de milho em relação ao de cana-de-açúcar, o que levou a empresa a migrar para essa matéria-prima. Esse movimento reflete um consenso crescente de que o combustível de milho está conquistando uma fatia cada vez maior do mercado de biocombustíveis no Brasil.
Empresas tradicionalmente ligadas à produção de etanol de cana-de-açúcar, como São Martinho, Cerradinho e Pindorama, estão abraçando o milho para impulsionar suas operações. A São Martinho, por exemplo, investiu R$ 350 milhões em uma unidade de processamento de milho em sua usina de etanol de cana em Boa Vista, Goiás, em 2019. Essa iniciativa se soma aos projetos pioneiros da FS e à entrada do grupo paraguaio Inpasa no mercado brasileiro.
A recente inauguração da usina em Boa Vista, a tempo da temporada 2023-24, contribuiu para expandir a oferta de etanol da São Martinho e permitiu que a empresa redirecionasse parte de sua cana para a produção de açúcar.
A crescente popularidade do etanol de milho é impulsionada por uma visão otimista da oferta e demanda, especialmente para subprodutos como os grãos secos de destilaria (DDG). Os baixos preços de eletricidade também desempenham um papel nessa narrativa, tornando esse etanol uma opção atraente para as usinas de biocombustíveis.
Apesar disso, a disponibilidade de biomassa para alimentar as usinas de etanol de milho é um desafio. Ao contrário da cana-de-açúcar, que utiliza o bagaço como fonte de energia, o milho depende da queima de outras formas de biomassa, como o eucalipto.
A expansão do combustível de milho pode até mudar a dinâmica de trading durante a entressafra, afetando usineiros que adotam uma estratégia de formação de estoques para aproveitar preços mais atrativos. O milho, por sua capacidade de produção ao longo do ano, pode alterar esse cenário.
Os números indicam que o setor do combustível de milho está em ascensão no Brasil. A União Nacional de Etanol de Milho (Unem) prevê que o setor alcance uma produção de 10 milhões de m³ até a safra 2030-31, abrangendo mais de 20% do mercado brasileiro de combustíveis. Para a temporada 2023-24, a produção deve atingir 6 milhões de m³, um aumento de 37% em relação à temporada anterior.
Embora o combustível de milho esteja ganhando terreno, a produção brasileira total de etanol continua diversificada, incluindo tanto o etanol de cana quanto o de milho. No entanto, fica evidente que o mercado de biocombustíveis do Brasil está passando por uma transformação significativa, impulsionada pelo biocombustível de milho e seu potencial de crescimento.
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