Rishi Sunak, o primeiro-ministro do Reino Unido, anunciou nesta segunda-feira (31) uma importante medida visando a independência energética do país e o fortalecimento da economia britânica. Centenas de novas licenças para a exploração de petróleo e gás no Mar do Norte serão concedidas em futuras rodadas de licenciamento, realizadas em parceria com a North Sea Transition Authority (NSTA). Essa iniciativa estratégica tem como objetivo principal alinhar a exploração de recursos naturais aos objetivos climáticos do Reino Unido.
Um dos aspectos fundamentais dessas novas licenças é a implementação de um “teste de compatibilidade climática”, garantindo que a exploração de petróleo e gás seja conduzida de forma responsável e sustentável. De acordo com o governo britânico, a produção doméstica de gás apresenta apenas um quarto da pegada de carbono do gás natural liquefeito importado, tornando essa estratégia uma opção mais amigável ao meio ambiente.
Além dos benefícios ambientais, o investimento contínuo no Mar do Norte também tem a finalidade de desbloquear novos projetos, proteger empregos, reduzir emissões e fortalecer a segurança energética do país. A NSTA, órgão regulador das indústrias de petróleo, gás e armazenamento de carbono, está atualmente realizando a 33ª rodada de licenciamento de petróleo e gás offshore, com a previsão de conceder as primeiras novas licenças no outono, e mais de 100 licenças no total.
Essas futuras licenças desempenharão um papel crucial na oferta de opções de segurança energética, bem como, no desbloqueio de oportunidades relacionadas à captura e armazenamento de carbono, assim como à produção de hidrogênio. A expectativa é que essa abordagem permita a criação de hubs de energia offshore integrados, tirando o máximo proveito da infraestrutura já existente.
Rishi Sunak destacou a importância de garantir a segurança energética em um cenário em que a manipulação e o uso político da energia por parte de países como a Rússia podem afetar o fornecimento e prejudicar o crescimento econômico de nações ao redor do mundo. Nesse sentido, a independência energética torna-se uma prioridade para fornecer energia acessível e limpa para os lares e empresas britânicas.
Outro anúncio relevante feito pelo governo britânico é a seleção dos projetos Acorn, no Nordeste da Escócia, e Viking, no Norte da Inglaterra, como terceiro e quarto clusters de uso e armazenamento de captura de carbono no Reino Unido. A implantação inicial desses projetos contará com um financiamento de até £20 bilhões (cerca de R$ 121 bilhões) para apoiar a captura, utilização e armazenamento de carbono, o que deverá atrair investimentos privados e gerar milhares de empregos no país até 2030.
Para maximizar o uso dos recursos offshore do Reino Unido, o primeiro-ministro solicitou uma colaboração entre os departamentos governamentais e os reguladores relevantes. A expectativa é de que um relatório detalhado sobre o tema seja concluído até o final do ano.
Essas medidas são consideradas pelo governo como um passo significativo em direção à segurança energética do país e à transição para uma economia de baixo carbono. Sunak ressaltou que, mesmo com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050, uma parte substancial das necessidades energéticas do Reino Unido ainda dependerá de petróleo e gás.
Portanto, a opção pelo fortalecimento das indústrias nacionais, como a captura e armazenamento de carbono, é estratégica para impulsionar o crescimento econômico e possibilitar uma transição mais eficiente para tecnologias verdes e sustentáveis.
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