Em sua primeira coletiva de imprensa como presidente da Petrobras, Magda Chambriard anunciou que a política de preços de combustíveis da estatal permanecerá “abrasileirada”, seguindo as diretrizes implantadas pela administração anterior. Chambriard afirmou que a estratégia visa proteger os preços da companhia das oscilações do mercado internacional de petróleo.
Compromisso da Petrobras com acionistas e lucros futuros
Chambriard, que assumiu a presidência da Petrobras na última sexta-feira, destacou que não é justo permitir que as flutuações externas afetem os preços praticados pela empresa no Brasil. A gestão anterior, liderada por Jean Paul Prates, adotou uma política de intervalos maiores entre os reajustes, buscando manter preços competitivos para os consumidores. No entanto, essa abordagem gerou debates no mercado sobre a possibilidade de maiores lucros no segmento.
Durante a entrevista, Chambriard enfatizou o compromisso da Petrobras com seus acionistas, tanto privados quanto a União, controladora majoritária. “Se temos lucro, vamos distribuir dividendos. Queremos ter lucro, queremos distribuir dividendos”, afirmou a executiva, ressaltando que a empresa é de economia mista e pode gerar retornos satisfatórios.
A nova presidente evitou comentar sobre a distribuição dos dividendos extraordinários de 2023, que ainda estão retidos em uma reserva. A expectativa é de que esses dividendos sejam liberados em algum momento de 2024, beneficiando os acionistas.
Segurança energética e novas fronteiras
Chambriard também abordou a importância da produção de petróleo e gás no pré-sal e a exploração de novas fronteiras, como a Margem Equatorial, para garantir a segurança energética do Brasil. Ela mencionou a Bacia de Pelotas como uma área de grande potencial, apesar dos desafios ambientais, similares aos encontrados na Margem Equatorial e na região da Foz do Amazonas.
A executiva afirmou que a Petrobras está empenhada em repor suas reservas de petróleo e gás, garantindo a continuidade das operações e a sustentabilidade energética do país. A busca por novas fontes de energia e a transição para combustíveis menos poluentes são prioridades para a estatal.
Petrobras pode fazer a recompra da Refinaria de Mataripe
Na área de refino, Magda Chambriard não descartou a possibilidade de a Petrobras recomprar a refinaria de Mataripe, privatizada durante a gestão de Jair Bolsonaro. A empresa já está estudando o ativo desde a gestão de Jean Paul Prates e considera a viabilidade de uma parceria em biorrefino com o fundo Mubadala, atual proprietário da refinaria baiana.
“Se for um bom negócio, podemos considerar a recompra”, disse Chambriard, reforçando que a empresa está sempre em busca de oportunidades que agreguem valor e fortaleçam sua posição no mercado de refino.
Sobre eventuais mudanças na diretoria da Petrobras, Chambriard mencionou que está conhecendo os atuais diretores e, se necessário, fará ajustes para alinhar a equipe com seu perfil de gestão. “Se houver mudanças, serão apenas ajustes de perfil”, esclareceu.
Perspectivas para o futuro, segundo a nova presidente da estatal
Com a nova liderança, a Petrobras continua sua trajetória de buscar um equilíbrio entre competitividade, sustentabilidade e retorno aos acionistas. A manutenção da política de preços “abrasileirada” demonstra um compromisso com a estabilidade e a previsibilidade para os consumidores brasileiros.
Magda Chambriard, com sua experiência e visão estratégica, promete fortalecer a posição da Petrobras no mercado global de energia, enquanto se adapta às demandas de um mundo em transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis. A gestão da nova presidente-executiva sinaliza um período de continuidade com inovação, focado em garantir a segurança energética do Brasil e o sucesso financeiro da estatal.