Na esteira da busca por alternativas sustentáveis de energia, o Nordeste brasileiro emerge como um epicentro promissor para a produção de hidrogênio verde, um combustível que promete revolucionar o cenário energético mundial. O potencial da região para a geração desse recurso limpo foi tema central das discussões durante o World Hydrogen Summit & Exhibition, realizado recentemente. Sob o olhar atento de investidores e representantes da Sudene e do Consórcio Nordeste, a região se coloca como um protagonista na transição para uma matriz energética mais verde e eficiente.
Potencial energético eólico e solar do Nordeste
O Nordeste brasileiro já se destaca como um dos principais produtores de energia renovável do país, com uma participação significativa na matriz energética nacional. A região possui uma abundância de recursos naturais, principalmente ventos constantes e luz solar abundante, que alimentam parques eólicos e usinas solares em todo o seu território. Atualmente, o Nordeste é responsável por 80% da energia renovável do Brasil, com uma capacidade de expansão notável.
“O cenário aponta que o futuro da transição energética do mundo está no Brasil, especialmente no Nordeste. Nós, então, precisamos estar preparados para aproveitar as oportunidades, absorver esses investimentos e aumentar a competitividade da região”, relatou Danilo Cabral, o superintendente da Sudene.
Com 90% dos parques eólicos em operação no país instalados na região e 59% das usinas de energia solar fotovoltaica, o Nordeste se consolida como um polo de excelência em energias limpas. Além disso, cerca de 67% dos projetos de geração eólica e solar em construção no Brasil estão localizados no Nordeste, evidenciando o potencial de crescimento e desenvolvimento contínuo desse setor.
Infraestrutura logística e ferroviária
Para viabilizar a produção e distribuição em larga escala do hidrogênio verde, é essencial investir em infraestrutura logística robusta. Nesse sentido, a região nordestina apresenta projetos ambiciosos de construção e requalificação de gasodutos e malha ferroviária, visando facilitar o escoamento da produção para os principais centros de consumo.
Atualmente, o Nordeste conta com três ferrovias em operação e mais duas em construção, além de outras duas em fase de planejamento. Essa malha ferroviária em expansão não só impulsionará a logística do hidrogênio verde, mas também abrirá novas oportunidades para o transporte de derivados, como a amônia e fertilizantes, contribuindo para a diversificação econômica da região.
Desenvolvimento de plantas de hidrogênio verde
O avanço da produção de hidrogênio verde no Nordeste já é uma realidade palpável, com sete plantas em desenvolvimento nos estados do Maranhão, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco e Sergipe. Essas plantas têm capacidade para gerar até 11 milhões de toneladas de hidrogênio verde por ano, colocando o Nordeste como um dos principais players nesse mercado em ascensão.
A produção de hidrogênio verde exige a união de fontes de energia limpas, como eólica e solar, aproveitando o potencial natural da região. Com investimentos robustos e políticas de incentivo adequadas, o Nordeste está pavimentando o caminho para se tornar um polo estratégico na produção de hidrogênio verde, atendendo à crescente demanda por energias limpas e sustentáveis.
Sendo assim, podemos concluir que o Nordeste brasileiro emerge como um protagonista na transição global para uma economia de baixo carbono, impulsionando a produção de hidrogênio verde e consolidando sua posição como um polo estratégico de energia renovável.
Com investimentos significativos em infraestrutura, desenvolvimento de plantas de hidrogênio verde e aproveitamento do seu potencial eólico e solar, a região está na vanguarda da revolução energética. O futuro promissor do Nordeste como um centro de excelência em hidrogênio verde representa não apenas uma oportunidade econômica, mas também um compromisso com a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento regional.