A indústria de perfuração offshore no Brasil está prestes a alcançar um marco histórico com a implementação de operações totalmente automatizadas a bordo do navio-sonda Norbe IX, da Foresea. Após quase dois anos de intensivos testes e planejamento estratégico, a embarcação está se preparando para a fase final de integração de tecnologia de ponta. A novidade promete revolucionar a forma como os poços de petróleo são perfurados, aumentando a eficiência e a segurança operacional, e marcando um avanço significativo no setor de petróleo e gás.
Como a automação total do navio-sonda Norbe IX da Foresea pode revolucionar a indústria de petróleo no Brasil
Desde fevereiro de 2024, o Norbe IX, uma das mais avançadas embarcações de perfuração da Foresea, tem recebido uma série de atualizações tecnológicas projetadas para transformar a maneira como as operações de perfuração offshore são conduzidas. Esta modernização faz parte de um esforço para implementar uma automação total a bordo, utilizando equipamentos e sistemas de última geração que prometem redefinir os padrões da indústria.
A inovação tecnológica do Norbe IX é resultado de uma colaboração estratégica entre a Foresea e a HMH, uma fabricante norueguesa renomada por suas soluções avançadas no setor de petróleo e gás. A principal peça desta inovação é a plataforma Deal (Drilling Equipment Automation Layer), que integra dois sistemas operacionais cruciais: CADs 2.0 e Drillers Assist. O CADs 2.0 é responsável pela automação dos equipamentos de perfuração, permitindo que o processo seja realizado com precisão e eficiência superior.
Já o Drillers Assist é um conjunto de softwares baseados em inteligência artificial que apoia o driller, o profissional responsável pela operação da perfuração, oferecendo suporte a partir de uma cabine de comando.
Como a automação total reduz riscos e melhora a precisão nas operações de perfuração no Norbe IX
Heitor Gioppo, COO da Foresea, destacou a importância dessa inovação para a indústria. “Esse é um grande passo dado pela Foresea e pela indústria nacional na direção de operações mais sustentáveis e seguras. Com a nova tecnologia, o sondador deixará de realizar dezenas de movimentos repetitivos e passará a monitorar e validar operações que serão realizadas de forma automática. Ganha-se mais precisão, mais eficiência e, principalmente, mais segurança, na medida em que a automação dos equipamentos também reduz drasticamente a exposição de pessoas e a necessidade de trabalhadores do lado de fora da cabine de operações, na red zone.”
A automação traz benefícios significativos não apenas para a eficiência operacional, mas também para a segurança. Clarisse Rodrigues, Rig Manager da Norbe IX, salienta que a sonda será uma das pioneiras no Brasil e uma das poucas no mundo a operar com total automação. Ela faz uma analogia com a tecnologia de piloto automático de um carro: “É como se o operador da sonda passasse a contar com um dispositivo similar ao piloto automático. Com isso, ganha-se um aumento consistente de desempenho e, ao mesmo tempo, muito mais segurança para toda a tripulação.”
O processo de testes e adaptação da tecnologia de automação a bordo da Norbe IX e seus desafios
Os testes iniciais da nova tecnologia foram realizados em 2023 na Noruega, utilizando um simulador 3D que recria com precisão o ambiente e a operação da Norbe IX. Esses testes simulados permitiram uma avaliação detalhada das funcionalidades e possibilitaram ajustes antes da implementação final. A fase de testes incluiu uma equipe de engenheiros e técnicos que tiveram a oportunidade de interagir com a tecnologia em um ambiente controlado, garantindo que todas as funcionalidades fossem otimizadas antes de sua aplicação prática.
A atual localização do Norbe IX na Bacia do Espírito Santo, onde está a serviço da Petrobrás, representa uma etapa crucial na transição para operações totalmente automatizadas. A tecnologia de automação não só promete uma redução significativa na necessidade de operações manuais, como também melhora a capacidade de simulação e antecipação de cenários, um aspecto essencial para a segurança operacional.
Alessandro Pasini, gerente de inovação da Foresea, explica o impacto da automação na segurança. “Além de reduzir significativamente a necessidade de operações manuais durante a perfuração de poços, outro ganho importante de segurança com a automação é a possibilidade de simulação e antecipação em relação a todos os cenários possíveis. Isso permite uma melhor preparação para quaisquer imprevistos e contribui para a criação de um ambiente de trabalho mais seguro.”