O navio-sonda Norbe VIII, da Foresea, atracou recentemente no Estaleiro Rio Grande, da Ecovix, para reparos e manutenção. A chegada da sonda ao estaleiro foi marcada por uma operação naval complexa, exigindo planejamento cuidadoso e a colaboração de diversas equipes especializadas. Agora, a sonda está em dique seco, onde passará por uma revisão completa que deverá durar algumas semanas.
Operação complexa de docagem com o navio-sonda
A docagem do Norbe VIII foi considerada um dos maiores desafios operacionais já enfrentados pela equipe do estaleiro. Segundo Ricardo Ávila, diretor operacional da Ecovix, essa foi a operação naval mais difícil realizada até o momento.
“A docagem da sonda foi a operação naval mais desafiadora que já realizamos, em função da restrição de manobra imposta pela P-32. Essa docagem demonstra a possibilidade de utilizar a infraestrutura do estaleiro para escopos diversos, simultaneamente e com segurança”, afirmou Ávila.
A entrada da sonda no dique seco contou com o suporte de diversas simulações prévias, projetadas para antecipar possíveis obstáculos e garantir a segurança de todo o processo. Para essa tarefa, a Ecovix contou com o apoio da Praticagem da Barra, da Technomar Engenharia e da Dock Brasil, além da equipe técnica da Foresea.
Manutenção do navio-sonda no Estaleiro da Ecovix
Essa não é a primeira vez que a Foresea confia a manutenção de suas sondas ao estaleiro da Ecovix. Em 2023, o navio de perfuração ODN I passou por uma revisão geral nas instalações da empresa. O navio permaneceu no estaleiro por dois meses, recebendo uma série de reparos, que incluíram desde a limpeza do casco e pintura, até serviços de tubulação e revisão de sistemas.
O diretor de operações da Foresea, Heitor Gioppo, destacou a importância dessa parceria com a Ecovix para a manutenção de seus equipamentos. Segundo ele, a parada programada de sondas desse porte é fundamental para garantir o cumprimento de altos padrões de segurança e eficiência, especialmente em operações complexas como a perfuração de águas profundas.
“Realizamos a primeira manutenção de uma sonda dessa classe no Brasil. A parada programada de um navio desse porte em dique seco é uma operação complexa e desafiadora, mas, em alguns casos, necessária para que possamos seguir atendendo aos mais altos padrões de segurança e eficiência do mercado. Temos a expertise e muito orgulho do nosso pioneirismo nesse tipo de manutenção no país”, ressaltou Gioppo.
Desafios e avanços na operação da sonda
O navio-sonda Norbe VIII, com seus 238 metros de comprimento, é uma das maiores embarcações de perfuração de águas ultra profundas operando no Brasil. Ela possui a capacidade de atuar em lâminas d’água de até 3.048 metros de profundidade, oferecendo soluções de perfuração sem a necessidade de ancoragem, graças ao seu sistema de posicionamento dinâmico.
Atualmente, o Norbe VIII está em operação para a Petrobras, prestando serviços de perfuração em áreas de grande profundidade. A sonda foi a primeira do Brasil a oferecer essa tecnologia de perfuração em lâmina d’água abaixo de 500 metros, o que a coloca na vanguarda das operações de perfuração offshore no país.
A manutenção atual faz parte de um esforço contínuo para garantir que o navio-sonda continue a operar com a máxima eficiência. Além dos reparos estruturais, a manutenção no estaleiro da Ecovix também incluirá uma revisão completa dos sistemas de bordo, assegurando que a sonda continue apta a operar nos mais exigentes ambientes de exploração de petróleo.
Parceria entre Foresea e Ecovix
A parceria entre a Foresea e a Ecovix é um reflexo da capacidade do estaleiro em lidar com operações de grande porte e elevada complexidade. A Ecovix, que gerencia o Estaleiro Rio Grande, tem se consolidado como uma referência na realização de reparos e manutenções de grandes embarcações no Brasil.
A operação bem-sucedida de docagem e reparos no Norbe VIII reafirma a capacidade do estaleiro de lidar com as exigências técnicas e de segurança que sondas de perfuração desse porte demandam. Para o estaleiro, essa é uma oportunidade de demonstrar sua expertise em projetos de manutenção que envolvem infraestrutura complexa, como a docagem de embarcações de grande porte.