A mineradora australiana St. George Mining anunciou recentemente a compra de 100% do projeto Araxá, um ativo significativo localizado em Minas Gerais, Brasil. Este projeto inclui uma mina e uma planta de extração de nióbio e terras-raras, com um grande potencial de desenvolvimento. A transação foi realizada com a Itafos Inc., uma produtora americana de fosfato e fertilizantes especiais, pelo valor de US$ 21 milhões, além de 10% do capital social da St. George Mining.
O acordo entre as empresas inclui uma série de condições que devem ser cumpridas até 3 de novembro de 2024. A expectativa é que a transação seja concluída até o final de setembro ou início de outubro deste ano. O pagamento será feito em etapas: US$ 10 milhões no fechamento da operação, US$ 6 milhões nove meses após a conclusão, e os US$ 5 milhões restantes serão pagos 18 meses depois.
Os termos do contrato também estabelecem que as ações ordinárias da St. George Mining serão emitidas após o fechamento da operação. Esta aquisição representa um passo estratégico importante para a mineradora australiana, que visa consolidar sua presença no mercado global de nióbio.
O projeto Araxá está situado em uma região estratégica para a exploração de nióbio, ao lado da operação da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), líder mundial na produção de nióbio, responsável por cerca de 80% da produção global.
Além disso, o ativo está próximo à mina de fosfato da Mosaic Company, uma das maiores produtoras de fertilizantes fosfatados e potássio do mundo. Com uma área de concessão de aproximadamente 226 hectares, o projeto Araxá é visto como uma oportunidade de grande valor para a St. George Mining.
Segundo a Itafos Inc., o empreendimento tem capacidade inicial para produzir 700 mil toneladas de óxido de nióbio por ano, além de 8,7 milhões de toneladas de óxidos de terras-raras. Em comunicado oficial, a St. George Mining expressou seu entusiasmo com a aquisição do ativo Araxá.
John Prineas, presidente executivo da mineradora, destacou que o projeto está localizado em uma das regiões mais importantes do mundo para a produção de nióbio, oferecendo à empresa uma oportunidade única de se tornar um player global no mercado deste mineral. Prineas enfatizou que o projeto Araxá já possui recursos minerais de alta qualidade, com perfurações históricas que identificaram uma mineralização extensa de nióbio, terras-raras e fosfato.
Ele também mencionou que a mineralização começa na superfície e se estende em várias direções, sugerindo um potencial significativo para a descoberta de mais recursos no local. Atualmente, menos de 10% da concessão de Araxá foi perfurada, indicando um enorme espaço para expansão.
Para financiar a aquisição e o desenvolvimento do projeto Araxá, a St. George Mining garantiu compromissos de investidores para levantar US$ 21,25 milhões. Este montante será obtido através da emissão de 850 milhões de ações ordinárias, ao preço de US$ 0,025 por ação.
Esses recursos serão utilizados não apenas para a compra do ativo, mas também para acelerar a exploração no local e fortalecer o capital de giro da empresa. O presidente executivo da St. George Mining ressaltou a importância de Minas Gerais como uma das principais jurisdições de mineração no mundo.
Segundo ele, adicionar um projeto de alta qualidade no Brasil ao portfólio da empresa, que já conta com projetos de minerais críticos na Austrália Ocidental, é um movimento estratégico que coloca a mineradora em uma posição privilegiada para explorar o crescente mercado de nióbio e terras-raras.
A aquisição do projeto Araxá pela St. George Mining é vista como um movimento significativo no mercado global de nióbio. Com o Brasil sendo responsável pela maior parte da produção mundial deste mineral, a entrada de uma mineradora australiana na região pode trazer novos investimentos e desenvolvimento tecnológico para a área.
Além disso, o projeto Araxá tem o potencial de aumentar a oferta global de nióbio, atendendo à crescente demanda por este mineral, o qual é amplamente utilizado em indústrias de alta tecnologia, como a produção de superligas e na fabricação de dispositivos eletrônicos.
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