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Mineração em águas profundas: Noruega busca cooperação do Brasil nesta iniciativa

Enquanto o Brasil busca precaução, a Noruega tomou medidas mais intensas em relação à mineração de minerais em águas profundas.

by Andriely Medeiros
Enquanto o Brasil busca precaução, a Noruega tomou medidas mais intensas em relação à mineração de minerais em águas profundas.

A Noruega busca fortalecer a cooperação com o Brasil na mineração de minerais em águas profundas, segundo relatado pela vice-ministra de Petróleo e Energia norueguesa, Astrid Bergmal. Apesar da colaboração em diversas áreas energéticas, a mineração em águas profundas é atualmente um ponto de discordância, com mais de vinte países, incluindo o Brasil, resistindo à prática. Enquanto a Noruega avança, abrindo áreas para licenças de exploração, o Brasil pediu uma pausa nas atividades, destacando a falta de dados científicos sobre os impactos ao meio ambiente. Agora, o país europeu se interessa em colaborar com o Brasil na exploração desses minerais.

Noruega quer a ajuda do Brasil na exploração de minerais em águas profundas

Em uma visita recente ao Brasil, Astrid Bergmal, atual vice-ministra de Petróleo e Energia da Noruega, propôs uma iniciativa de colaboração entre ambos os países na mineração em águas profundas. Além disso, Bergmal destacou a importância do desenvolvimento das energias eólicas offshore e das tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS).

A cooperação em campos como petróleo, gás offshore, energia solar e eólica já está em andamento, e agora a atenção se volta para os desafios e oportunidades das riquezas submarinas. Apesar das perspectivas positivas destacas pela representante norueguesa, a atividade de mineração em águas profundas emerge como um ponto de discordância entre Noruega e Brasil.

As divergências ocorreram nas discussões da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA), realizada em julho, onde mais de vinte países, incluindo o Brasil, expressaram resistência à mineração em águas profundas. O impasse levou a uma pausa nas atividades, com Brasil, Alemanha, França e Chile destacando o problema da escassez de dados científicos suficientes sobre os impactos ao meio ambiente dessa prática.

Além disso, o Brasil, juntamente com outros países, pediu uma moratória nas atividades de mineração em águas profundas até que estudos científicos mais avançados possam avaliar adequadamente o impacto ambiental. A discussão será retomada neste mês de novembro, quando os 168 membros da ISA se reunirão novamente para buscar um consenso sobre uma regulação internacional para a exploração submarina.

Noruega investe na mineração em águas profundas, buscando novas parcerias no setor

Enquanto o Brasil e outros países buscam precaução, a Noruega tomou medidas mais intensas em relação à mineração de minerais em águas profundas. Em junho, o governo norueguês abriu cerca de 280 mil km² em áreas na região das águas da Noruega, Barents e Groenlândia para empresas de exploração mineral solicitarem licenças.

Essa abertura contrasta com a recente decisão do Reino Unido de apoiar oficialmente uma cautela para projetos de exploração de minerais em águas profundas, destacando a importância de estudos científicos mais atuais para avaliar os impactos no meio ambiente. A Noruega argumenta que a mineração em águas profundas pode desempenhar um papel crucial na redução da dependência europeia da China em relação a minerais críticos.

Esses minerais são essenciais para a transição energética, fabricação de baterias utilizadas em veículos elétricos, painéis de energia solar e turbinas de energia eólica. Um estudo norueguês apontou a presença de metais de terras raras e cobre, com estimativas de cerca de 38 milhões de toneladas de cobre, cerca do dobro do volume explorado por ano em todo o mundo.

No entanto, ambientalistas alertam para os riscos associados à liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono acumulado no mar e para as ameaças à vida marinha. A preocupação com os impactos ao meio ambiente reforça a necessidade de abordar esses desafios com cautela, priorizando a sustentabilidade e a preservação dos ecossistemas marinhos.

Por outro lado, no Brasil, os minerais em águas profundas já despertam o interesse de empresas. O Serviço Geológico Brasileiro realizou estudos que identificam a presença de sais de fosfato e potássio, calcário, minério de ferro, sal-gema, ilmenita, diamante e ouro em águas profundas. Essas descobertas destacam o potencial do Brasil na busca por recursos submarinos e a importância de equilibrar o desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente.

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