Duas empresas dos Estados Unidos estão avançando no desenvolvimento de um microrreator nuclear portátil que prometem revolucionar a geração de energia. A MobileNuclear Energy (MNE) e a Peregrine Turbine Technologies (PTT) firmaram uma parceria para integrar o microrreator móvel MN-1 da MNE com o sistema de conversão de energia de dióxido de carbono supercrítico (sCO2) e tecnologias avançadas de trocadores de calor da PTT.
O projeto MN-1 do microrreator nuclear
O MN-1 é o foco principal deste projeto inovador. Desenvolvido pela MNE, o MN-1 é um microrreator nuclear projetado para ser verdadeiramente móvel, seguro e sustentável. Ele foi otimizado para ter um tamanho pequeno, ser leve, eficiente na produção de energia, acessível e seguro. Este reator é modular, podendo ser transportado por ar, terra ou mar, e pode operar em trânsito, fornecendo energia para sistemas de propulsão, armas de energia direcionada ou outras aplicações de alta potência.
A parceria com a PTT é um passo crucial para o sucesso do MN-1. A PTT, que se especializa em sistemas avançados de conversão de energia, irá integrar suas tecnologias de sCO2 ao microrreator. O sistema sCO2 da PTT é um motor térmico de circuito fechado que pode operar com qualquer fonte de calor de alta qualidade, como energia nuclear e solar concentrada, além de combustíveis sustentáveis como biomassa e biogás. Este sistema é projetado para oferecer eficiência aprimorada em comparação com os sistemas de vapor tradicionais.
Colaboração com Laboratório Sandia
O sistema de conversão de energia da PTT foi desenvolvido e demonstrado com sucesso em colaboração com o Laboratório Brayton da Sandia National Laboratories. Este sistema é feito sob medida para reatores nucleares avançados e oferece uma eficiência significativamente maior com uma pegada reduzida. A PTT afirma que seus sistemas são 1,5 vez mais eficientes que os sistemas a vapor, ocupando menos de um terço do espaço e três vezes mais eficientes que os sistemas de conversão Brayton a ar.
O CEO da MNE, Chris Pehrson, expressou entusiasmo pela parceria com a PTT, destacando que a combinação das tecnologias proporcionará a capacidade de energia necessária aos clientes, mantendo a mobilidade do sistema de microrreator. Da mesma forma, o CEO e diretor de tecnologia da PTT NES, David Stapp, acredita que a combinação das tecnologias será uma “virada de jogo” para grandes mercados de energia distribuída, tanto comerciais quanto militares.
Aplicações e benefícios do microrreator nuclear
O microrreator MN-1 com o sistema sCO2 da PTT é projetado para ser altamente versátil. O módulo de energia central, equivalente em tamanho a um contêiner de transporte padrão de 20 pés (6 metros), pode gerar 1 MWt e 350 kWe. Módulos adicionais podem ser integrados para fornecer geração de água atmosférica, produção de combustível à base de hidrogênio, aquecimento e resfriamento, entre outras capacidades personalizadas. Esta flexibilidade torna o sistema adequado para uma ampla gama de aplicações, desde operações militares até usos comerciais.
A PTT, com sede em Wiscasset, Maine, foi formada em abril de 2012 e tem se focado no desenvolvimento de sistemas avançados de geração de energia por turbinas de sCO2, armazenamento de energia e propulsão. Em julho do ano passado, a empresa anunciou a criação de uma nova subsidiária, a PTT Nuclear Energy Systems, para explorar as oportunidades no mercado de microrreatores nucleares e reatores modulares pequenos (SMR).
Futuro da energia nuclear
Este projeto representa um passo significativo no avanço da energia nuclear portátil. A tecnologia de microrreatores nucleares móveis pode fornecer uma solução eficiente e sustentável para a geração de energia em locais remotos, em situações de emergência e para aplicações militares. A capacidade de gerar energia em movimento também abre novas possibilidades para o uso de energia nuclear em diferentes setores.
Embora a tecnologia seja promissora, há desafios a serem enfrentados, incluindo questões regulatórias e de segurança. No entanto, a parceria entre a MNE e a PTT mostra um caminho claro para superar esses desafios e levar a energia nuclear portátil ao mercado. A colaboração entre empresas de tecnologia avançada e laboratórios de pesquisa demonstra o potencial de inovação no setor de energia.