Nos últimos doze anos, o segmento de energia solar tem se destacado no Rio Grande do Norte, atraindo investimentos consideráveis e gerando milhares de empregos. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o estado recebeu aproximadamente R$ 3 bilhões em investimentos em sistemas de geração distribuída desde 2012. O setor de energia solar no RN também proporcionou 18 mil empregos e arrecadou R$ 900 milhões em impostos. Em nível nacional, os investimentos chegaram a R$ 142,5 bilhões, com uma arrecadação de R$ 42,3 bilhões em impostos.
Crescimento constante nas conexões de energia solar no RN
A Associação Potiguar de Energias Renováveis (Aper-RN) destaca que o número de conexões de energia solar no RN vem crescendo anualmente. Até 22 de maio de 2024, o estado possuía 65.339 conexões, um aumento considerável em relação às 56.423 conexões registradas em 2023. Esse número representa um crescimento de 48% em comparação a 2022, que tinha 38.052 conexões. Especialistas do setor esperam um crescimento de 20% a 30% até o final de 2024.
Paulo Morais, diretor regional da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) e da New Energy, ressalta a importância da energia fotovoltaica para diversos setores econômicos. “Nos hotéis, por exemplo, 15% a 20% dos custos são com energia. Em farmácias e postos de gasolina, esse percentual pode ser ainda maior. Um sistema solar se paga com o financiamento e depois proporciona mais 20 anos de energia gratuita”, explica Morais.
Impacto dos financiamentos e a queda nos preços das placas solares
Os financiamentos de energia solar para micro e pequenas empresas (MPEs) no RN quintuplicaram nos últimos oito anos, impulsionando o setor e potencializando os lucros desses negócios. Max Assunção, diretor da Megga Solar e da Dsoli Distribuidora, prevê um aumento de 30% no número de conexões em 2024. Segundo Assunção, os preços das placas solares diminuíram cerca de 50% nos últimos anos, facilitando o acesso à tecnologia para mais consumidores.
Assunção também destaca a mudança na legislação em 2023, que causou uma queda momentânea no mercado. No entanto, o setor voltou a crescer de forma acelerada em 2024. “Em maio de 2024, o número de novas conexões foi o segundo maior da história do estado, só perdendo para dezembro de 2022, quando muitos clientes anteciparam seus projetos devido às mudanças legislativas”, explica.
Oportunidades de crescimento e desafios para a energia solar no RN
Lorena Roosevelt, gestora do Polo de Aceleração das Energias Renováveis do RN, enfatiza o potencial de crescimento das energias renováveis no estado. Ela destaca a necessidade de um sistema dinâmico e bem calibrado entre o setor público e privado para alcançar um desempenho exemplar. “O Brasil é um país privilegiado em termos de recursos naturais, e o Rio Grande do Norte é um expoente nesse cenário, com uma matriz energética diversificada e limpa”, afirma Roosevelt.
Roosevelt também destaca a importância da profissionalização do setor e da inclusão de empresas de base tecnológica na cadeia de energia solar. “É fundamental unir tecnologia, inovação e qualificação excepcional para desenvolver o setor de energia fotovoltaica no RN”, complementa.
Estimativa de empresas e empregos gerados pela energia solar no RN
O Rio Grande do Norte possui aproximadamente 500 empresas de energia solar em atividade, segundo José Maria Vilar, ex-presidente da Aper e coordenador do Observatório da Energia Solar. De acordo com uma consultoria da Greener, o Brasil tem cerca de 26.150 empresas integradoras no setor de energia solar, gerando, em média, sete empregos diretos por empresa. No RN, a estimativa é de 569 empresas integradoras, gerando cerca de 4 mil empregos diretos.
A geração própria de energia solar no Brasil ultrapassou a marca de 29 gigawatts (GW) de potência instalada, atendendo mais de 3,7 milhões de unidades consumidoras. Desde 2012, foram investidos R$ 142,5 bilhões em sistemas fotovoltaicos, gerando mais de 870 mil empregos verdes em todo o país. Segundo a ABSOLAR, a geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos contribui significativamente para a redução dos custos de energia elétrica para todos os consumidores.
Estudo da consultoria Volt Robotics, encomendado pela ABSOLAR, indica que a economia líquida na conta de luz dos brasileiros será de mais de R$ 84,9 bilhões até 2031, graças à geração distribuída (GD). Esses benefícios correspondem a um valor médio de R$ 403,9 por megawatt-hora (MWh), em comparação à tarifa média residencial de R$ 729 por MWh no país.