No cenário energético brasileiro, o ano de 2023 tem se destacado como um período de avanço no uso de fontes renováveis, com a energia solar e a energia eólica na vanguarda desse progresso. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o mês de outubro, mais de 7 GW de usinas eólicas e solares centralizadas foram adicionados à matriz energética nacional, representando um aumento significativo na capacidade de geração.
89,8% da capacidade nova de fontes de energia solar e eólica
As fontes renováveis assumiram a liderança na expansão do setor de energia no Brasil, respondendo por impressionantes 89,8% do total da capacidade nova construída no país ao longo deste ano. Isso demonstra o comprometimento do Brasil com a sustentabilidade e a transição para fontes mais limpas de energia.
As novas usinas foram construídas em 19 estados brasileiros, abrangendo diversas regiões do país. O Rio Grande do Norte se destacou como líder nesse cenário, registrando um aumento de 1.957,1 MW de capacidade nova, seguido de perto pela Bahia, com 1.934,0 MW, e Minas Gerais, com 1.815,7 MW. Essa distribuição geográfica reflete o potencial de energia renovável em todo o território nacional.
Ranking dos estados em 2023
- Rio Grande do Norte: 1.957,1 MW;
- Bahia: 1.934 MW;
- Minas Gerais: 1.815,7 MW;
- Piauí: 614,8 MW;
- Pernambuco: 475,5 MW;
- Paraíba: 226,5 MW;
- Rio de Janeiro: 153,9 MW;
- Ceará: 101,5 MW;
- São Paulo: 98,7 MW;
- Santa Catarina: 78,8 MW;
- Acre: 69,5 MW;
- Paraná: 50,4 MW;
- Mato Grosso: 48,7 MW;
- Amazonas: 44,4 MW;
- Alagoas: 40 MW;
- Goiás: 35,7 MW;
- Mato Grosso do Sul: 21,5 MW;
- Roraima: 20,5 MW;
- Rio Grande do Sul: 11,8 MW.
Crescimento em outubro
Considerando apenas o mês de outubro, houve um acréscimo de 639,3 MW na capacidade de geração de energia no país. Mais uma vez, o Rio Grande do Norte liderou o crescimento, com um aumento de 161,4 MW, seguido de perto pelo Piauí, Bahia e Pernambuco. Além disso, o Mato Grosso do Sul também contribuiu para esse aumento com uma usina termelétrica de 21,5 MW.
Implicações para o mercado de energia
O expressivo crescimento das usinas de energia solar e a energia eólica em 2023 tem implicações significativas para o mercado de energia no Brasil. A transição para fontes renováveis está alinhada com os esforços globais para combater as mudanças climáticas e reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Essa expansão também cria oportunidades de investimento e emprego no setor de energia limpa, fortalecendo a economia brasileira.
O Brasil está trilhando um caminho promissor na geração de energia limpa, com a energia solar e a energia eólica desempenhando um papel crucial nesse processo. O mercado de energia está se adaptando às demandas da sociedade por uma matriz energética mais sustentável, e os resultados alcançados até agora em 2023 são promissores para o futuro do país.
Energia solar responde por quase 20% da demanda durante pico de consumo no Brasil
O Brasil enfrentou um momento histórico em sua demanda de energia elétrica em 13 de novembro, com a carga instantânea no Sistema Interligado Nacional (SIN) atingindo um recorde de 100.955 MW às 14h40, impulsionada por uma onda de calor em vários estados. A geração de energia solar, incluindo grandes usinas e sistemas próprios, foi crucial, respondendo por 19,2% dessa demanda, com um total de 19.403 MW.
Neste cenário crítico, a energia solar desempenhou um papel significativo, com 8.505 MW provenientes de geração solar centralizada e 10.898 MW de sistemas de micro e minigeração distribuída. A geração hidráulica liderou com 61.649 MW (61,1%), seguida pela geração térmica com 10.628 MW (10,5%) e a eólica com 9.284 MW (9,2%).
Novos marcos no sistema elétrico
Além do recorde no SIN, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste também registrou um novo máximo de carga, ultrapassando pela primeira vez a marca de 60.000 MW, alcançando 60.502 MW. Este pico de demanda evidencia a crescente importância da energia solar na matriz energética do país.
A ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) destaca a singularidade da energia solar fotovoltaica, especialmente sua capacidade de gerar altos níveis de energia durante picos de calor, contribuindo para a robustez e segurança do sistema elétrico.
Ricardo Barros, vice-presidente de geração centralizada da associação, enfatiza a relevância da energia solar na redução da necessidade de acionar usinas termelétricas, mais caras e poluentes, destacando também o papel da energia solar na diminuição das emissões de gases de efeito estufa.
Futuro da energia solar no Brasil
A crescente dependência da energia solar no Brasil aponta para um futuro onde essa fonte renovável desempenhará um papel ainda mais significativo. Com o aumento da eficiência, redução de custos e avanços tecnológicos, espera-se que a energia solar continue a expandir sua participação na matriz energética do país, apoiando a transição para um modelo mais sustentável e econômico.