ENERGIA

Marco regulatório do hidrogênio verde: O desafio para investimentos em projetos

No Brasil, projetos de hidrogênio verde estão ganhando impulso com investimentos substanciais e promessas de um mercado em crescimento. Porém, a ausência de um marco regulatório claro ameaça o potencial do setor. Autoridades e empresários alertam que a falta de regulamentação pode deter o fluxo de investimentos e prejudicar o desenvolvimento dessa fonte de energia limpa. O senador Fernando Dueire apresentou um projeto de lei para regulamentar a produção de hidrogênio verde no país, destacando a importância de uma ação rápida por parte do poder legislativo para garantir que o Brasil aproveite plenamente essa oportunidade econômica e ambiental.

A necessidade urgente de um marco regulatório para o hidrogênio verde

Nos últimos tempos, o Brasil assiste a um crescente interesse nos projetos relacionados ao hidrogênio verde. Empresas estrangeiras e autoridades locais têm anunciado investimentos significativos nesse setor promissor. No entanto, um desafio importante paira sobre essa expansão: a ausência de um marco regulatório sólido. Recentemente, o Governo do Piauí anunciou uma parceria com a empresa croata Green Energy Park para um projeto de hidrogênio verde com investimentos de R$ 50 bilhões.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, revelou planos de cooperação com o MIT para o planejamento estratégico da cadeia do hidrogênio verde em seu estado, que já possui 32 protocolos de intenção. Além disso, em Pernambuco, o Tec Hub de Hidrogênio Verde está programado para iniciar as operações até março de 2024, marcando o avanço na produção dessa nova economia. Assim, os investimentos em projetos de hidrogênio verde no Brasil têm ganhado força rapidamente.

Com bilhões de reais sendo injetados em diversas iniciativas, o país parece estar no caminho certo para capitalizar esse recurso energético limpo e promissor. No entanto, a falta de um marco regulatório para os projetos no mercado se mostra um obstáculo crucial que se interpõe no caminho dessa expansão. Sem regras claras que orientem os investidores e as empresas, muitos projetos do mercado ficam em compasso de espera, impedindo o fluxo de investimentos.

Esse é um alerta que ecoou no 9º Seminário de Energia Elétrica, Recursos Hídricos e Infraestrutura. O empresário Luiz Piauhylino Filho, fundador da H2 Verde, alertou que o Brasil pode perder o momento crucial do hidrogênio verde. Ele enfatiza que o hidrogênio verde não é o futuro, mas o presente, com investimentos já em andamento. Assim, o país não pode se dar ao luxo de perder essa oportunidade de liderar no setor.

Potencial no mercado brasileiro surpreende

Os levantamentos atuais sobre o mercado indicam que o mundo precisará de 660 milhões de toneladas de hidrogênio verde até 2050, o que demandará 3.350 GW de energia renovável em projetos futuros. O mercado brasileiro tem um potencial significativo na descarbonização, avaliado em US$ 125 bilhões de dólares, com cerca de US$ 20 bilhões relacionados ao hidrogênio verde.

Assim, o Brasil está diante de uma oportunidade econômica substancial, mas a falta de regulamentação para os projetos poderia impedir seu pleno aproveitamento. Além disso, a produção de hidrogênio verde envolve o uso intensivo de água e energia limpa. Para extrair todo o potencial desse recurso, é fundamental acelerar os investimentos em infraestrutura. No entanto, sem um marco regulatório que defina as diretrizes e regras para esse mercado, os investidores podem hesitar em injetar recursos em um ambiente incerto.

O senador Fernando Dueire não deixou esse desafio passar despercebido. Ele destacou a necessidade premente de definir rapidamente um marco regulatório para o hidrogênio no Brasil. Segundo ele, a regulamentação é crucial para criar um ambiente de negócios estável e atrativo para investidores.

Ele apresentou uma minuta de projeto de lei visando regulamentar a produção de hidrogênio verde no país. Esse passo é fundamental para estabelecer as bases necessárias para o crescimento sustentável dos projetos no setor. Atualmente, o projeto está aguardando o parecer do relator, senador Otto Alencar, do PSD-BA, e está aberto para receber sugestões e emendas do mercado.

Andriely Medeiros

Ensino superior em andamento. Escreve sobre Petróleo, Gás, Energia e temas relacionados para o PetroSolGas.

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