A fábrica da Renault, localizada estrategicamente em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR), enfrenta um impasse crítico. A paralisação das máquinas e a interrupção da produção dos veículos da montadora francesa foram desencadeadas pela recusa dos funcionários em aceitar a proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para o ano de 2024. O Sindimetal, representante dos trabalhadores, alegou que a oferta da empresa não atende às expectativas dos colaboradores, resultando em uma greve por tempo indeterminado.
Descontentamento crescente: Funcionários rejeitam proposta da da companhia
O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) divulgou em seu portal oficial que a proposta da Renault referente à PLR 2024 não foi aprovada pelos trabalhadores. O presidente do SMC, Sérgio Butka, destacou que a oferta não contempla as expectativas dos colaboradores, especialmente aqueles que ainda sofrem com perdas salariais não recuperadas de acordos anteriores. A demanda dos grevistas inclui uma proposta que contemple tanto a PLR com seu valor total quanto a atualização salarial para repor a inflação e garantir aumento real.
“A proposta da Renault que foi rejeitada não contempla as expectativas dos trabalhadores que ainda estão se recuperando das perdas salariais dos acordos anteriores que ainda não foram repostas. A reivindicação é por uma proposta que englobe tanto a PLR já com valor total como a Data Base que recomponha os salários com a reposição da inflação mais aumento real”, relatou Sérgio Butka.
Fábrica da Renault e unidade de motores afetadas pela paralisação
A greve não se restringe apenas aos 3.500 funcionários da linha de produção e aos 1.500 do setor administrativo da fábrica da Renault. Segundo informações do sindicato, os colaboradores da Horse, fábrica de motores situada no mesmo complexo industrial, também aderiram à paralisação. A falta de concordância com os termos da proposta de PLR foi o principal motivo que levou os trabalhadores a cruzarem os braços.
Posicionamento oficial: Renault surpreendida com início da greve e busca diálogo com funcionários
Em resposta à greve, a Renault emitiu uma nota oficial expressando surpresa com o movimento dos trabalhadores. A empresa afirmou que as negociações sobre a renovação do Programa de Participação nos Resultados (PPR) e do Acordo Coletivo estavam em andamento. Apesar de ressaltar que o prazo legal para o início da greve não foi respeitado, a montadora declarou-se aberta ao diálogo com os funcionários, buscando resolver o impasse de forma colaborativa.
Dessa forma, a greve na fábrica da Renault em São José dos Pinhais evidencia um desacordo significativo entre a empresa e seus trabalhadores quanto aos termos da participação nos lucros e resultados para o ano de 2024. Enquanto a produção de veículos permanece paralisada, a expectativa é de que as negociações entre ambas as partes avancem, visando um acordo que contemple as demandas dos colaboradores e as necessidades da empresa.
Conheça um pouco mais sobre a multinacional
A Renault é uma das principais fabricantes de automóveis do mundo, com uma história rica e uma presença global significativa. Fundada em 1898 por Louis Renault, Marcel Renault, e Fernand Renault na França, a empresa rapidamente se estabeleceu como uma força inovadora no mercado automobilístico.
Ao longo dos anos, a fabricante de automóveis se destacou por sua capacidade de criar veículos que combinam estilo, desempenho e acessibilidade. Desde carros compactos até veículos comerciais e SUVs, a Renault oferece uma ampla gama de opções para atender às necessidades dos consumidores em todo o mundo. Um dos marcos importantes na história da Renault foi a introdução do Renault 4 em 1961. Este carro compacto e versátil se tornou um sucesso de vendas e estabeleceu a Renault como líder no segmento de carros de passageiros na Europa.