Diversas petroleiras globais, incluindo a Petrobras, ExxonMobil, Equinor e Galp, estão direcionando seus olhares para o lítio, o “petróleo branco”, essencial na transição para uma matriz energética mais sustentável. O aumento na demanda por lítio, fundamental para baterias de veículos elétricos e armazenamento de energia, tem incentivado essas empresas a diversificarem suas operações. As companhias agora exploram oportunidades de produção e extração do mineral, alinhando-se com as metas de descarbonização e contribuindo para um futuro energético mais limpo.
A importância do lítio na transição energética no contexto atual das petroleiras
No caminho da transição energética, as gigantes petroleiras globais, como a Petrobras, ExxonMobil, Equinor e Galp, estão direcionando seu foco para o “petróleo branco”. O lítio é um componente essencial na mudança para uma matriz energética mais sustentável. Sua demanda, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), deve crescer mais de 40 vezes até 2040.
Esse mineral é fundamental para o desenvolvimento de baterias de alta performance, usadas em veículos elétricos e armazenamento de energia renovável. A busca por reservas de lítio já começou, e países como Chile, Bolívia e Argentina detêm cerca de 65% das reservas conhecidas. A China lidera na concentração do processamento desse mineral. No Brasil, as reservas estão em rochas ígneas, como os pegmatitos do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
Além da necessidade de diversificação diante da queda na demanda por combustíveis fósseis, as petroleiras têm razões específicas para investir no lítio. O mineral é encontrado em depósitos de água salgada, que muitas vezes são subprodutos da extração de petróleo e gás. A infraestrutura já existente pode ser utilizada para o processamento e transporte desse recurso.
Petrobras, ExxonMobil, Equinor e Galp na corrida pelo petróleo branco
No contexto da corrida pela transição energética no mercado dos combustíveis, diversas empresas petroleiras se voltam para projetos de lítio. Os destaques no segmento são Petrobras, ExxonMobil, Equinor e Galp, além da PetroChina, Equinor, Chevron, Occidental Petroleum e Schlumberger. A Petrobras está considerando a possibilidade de investir em minerais críticos, incluindo lítio. Isso é parte de seus esforços para cumprir as metas de descarbonização e se adaptar à transição energética.
A empresa enviou uma missão para a Bolívia para discutir investimentos na extração desse mineral no país vizinho. Já a ExxonMobil anunciou seu interesse no mercado de mineração de lítio. A empresa pagou US$ 100 milhões à Galvanic Energy pelos direitos de exploração de uma área nos Estados Unidos rica em salmoura de lítio. O CEO da Exxon Mobil, Darren Woods, destacou a compatibilidade dessa atividade com suas operações existentes. A Equinor Ventures investiu na Lithium de France, marcando sua entrada na produção de matéria-prima para baterias.
A empresa combina a produção de energia geotérmica com a extração de lítio de salmouras profundas. Além disso, a Equinor divulgou investimentos na Green Li-ion, uma empresa de reciclagem de baterias de íons de lítio com sede em Singapura. Também na corrida pelo petróleo branco, a Galp, juntamente com a Northvolt, instalou uma fábrica de conversão de lítio em Portugal. A fábrica tem capacidade para produzir até 35.000 toneladas de hidróxido de lítio anualmente, abastecendo a indústria de baterias de íon-lítio na Europa.
Além dessas empresas, a PetroChina, Chevron, Occidental Petroleum e Schlumberger também estão explorando oportunidades nesse mercado. A PetroChina produziu seu primeiro lote de carbonato de lítio a partir de água de campos de gás, enquanto a Chevron avalia suas oportunidades de produção de lítio. A Occidental Petroleum, por meio da joint venture TerraLithium, está explorando fontes de salmoura nos EUA, e a Schlumberger está adotando tecnologias inovadoras para a extração desse mineral.
