Na última segunda-feira, 25 de setembro, a Itaipu Binacional destacou-se mais uma vez como um pilar de sustentação da matriz energética brasileira e paraguaia. A usina registrou a maior produção diária do ano, gerando 274.837 MWh, um número que representa uma capacidade suficiente para abastecer a cidade de São Paulo por três dias. Esta produção recorde surgiu como resposta à onda de calor que elevou significativamente a demanda de energia nos dois países.
Produção recordista da Itaipu em momentos cruciais
Desde o dia 21 de setembro, a Itaipu Binacional vem aumentando sua produção diária para acompanhar a elevação da demanda devido ao aumento do calor nos dois países. Esse aumento no consumo é mais acentuado entre 14h e 22h, período em que o uso de ar-condicionado e outros sistemas de refrigeração é intensificado, elevando assim a demanda de energia nos sistemas elétricos de Brasil e Paraguai.
Na data recordista, a produção de Itaipu correspondeu a 10% de toda a energia gerada no Brasil e 77% no Paraguai. Para se ter uma ideia da magnitude, os 274.837 MWh gerados seriam suficientes para suprir a cidade de São Paulo por três dias, o Distrito Federal por 15 dias, a cidade de Foz do Iguaçu por cinco meses e meio, ou todo o Paraguai por cinco dias.
Liderança e histórico da Itaipu Binacional
A usina hidrelétrica de Itaipu, localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, é um marco da cooperação binacional e da produção de energia limpa e renovável. Construída entre 1975 e 1982, Itaipu era, à época de sua conclusão, a maior barragem do mundo, título que manteve por 21 anos.
Ao longo dos anos, a Itaipu Binacional tem mantido sua posição como líder mundial em produção de energia, fornecendo mais de 2,5 bilhões de MWh desde o início de sua operação. Em 2016, a usina quebrou recordes ao produzir mais de 100 milhões de MWh em um único ano, solidificando seu lugar na história da produção de energia.
Adaptando-se às novas dinâmicas energéticas
Apesar da liderança, Itaipu viu sua participação na energia consumida no Brasil reduzir de 25% em 1997 para os atuais 8,6%. Especialistas e a própria empresa atribuem essa redução à emergência de novas fontes de energia no sistema brasileiro, transformando a usina em uma espécie de “bateria”, uma reserva para momentos de emergência.
No entanto, as hidrelétricas, como Itaipu, continuam sendo a principal fonte de energia do Brasil, produzindo 52% do total consumido no país. Elas detêm a capacidade de responder rapidamente quando outras fontes, como solar e eólica, enfrentam interrupções, mostrando a resiliência e versatilidade da energia hidrelétrica.
Operação coordenada e visão para o futuro
A operação da Itaipu Binacional é coordenada em conjunto pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) do Brasil e pela Administración Nacional de Electricidad (Ande) do Paraguai. Ambas as entidades definem a programação e a demanda, garantindo que a energia gerada seja distribuída eficientemente.
Com um lago de 1.350 km² e 20 unidades geradoras de 700 MW cada, Itaipu tem uma capacidade de geração de 14 mil MW, reafirmando seu papel na matriz energética de Brasil e Paraguai, especialmente durante picos de demanda causados por ondas de calor.