A empresa Acelen, sob controle do fundo árabe Mubadala Capital, planeja investir cerca de R$ 12 bilhões para transformar a Refinaria de Mataripe, na Bahia, em uma biorrefinaria. O objetivo dos investimentos é utilizar a palmeira brasileira macaúba para produzir 1 bilhão de litros anuais de diesel verde e combustível sustentável de aviação. Essa iniciativa planeja promover a recuperação de áreas degradadas na Bahia e no norte de Minas Gerais, além de expandir o mercado de combustíveis nacional. Saiba mais sobre os investimentos do fundo árabe!
A Acelen está planejando investir o valor de R$ 12 bilhões no Brasil para converter uma planta em uma biorrefinaria de combustíveis. A recente aquisição da Refinaria de Mataripe, em Camaçari (BA), da Petrobras, foi apenas o primeiro passo para o projeto de biorrefino da companhia para os próximos anos no Brasil.
O plano da Acelen é utilizar a palmeira nativa brasileira macaúba para produzir 1 bilhão de litros de diesel verde e combustível sustentável de aviação anualmente. A proposta inclui a construção de uma biorrefinaria na mesma região da Refinaria de Mataripe, com o plantio da palmeira em áreas degradadas na Bahia e no norte de Minas Gerais, com cerca de 200 mil hectares.
A macaúba é a grande aposta dos investimentos da Acelen para a biorrefinaria no Brasil. Com uma produção cinco vezes superior de óleo em comparação com outras fontes, a árvore também pode contribuir para a recuperação de áreas degradadas, uma alternativa viável para o desmatamento brasileiro.
Além disso, considerando uma demanda projetada de 11,5 bilhões de litros de biodiesel até 2030, a macaúba é uma das opções mais eficientes em termos de uso de terra. Enquanto seriam necessários 11 milhões de hectares de soja para atender a essa demanda, a macaúba exigiria apenas 2 milhões de hectares, conforme destaca a companhia.
“Há uma necessidade urgente de reduzir o uso de energias fósseis, como o querosene, no setor de aviação. Que está buscando inovações em termos de combustível limpo. A macaúba é uma excelente opção para gerar escala no uso de energia renovável e como combustível para aviação”, explica Ricardo Fujii, coordenador de conservação do WWF-Brasil.
Além de seu papel na produção de biodiesel e bioquerosene, a macaúba oferece possibilidades adicionais, como a produção de tortas e rações de qualidade para alimentação animal, bem como produtos alimentícios, farmacêuticos e cosméticos.
Dessa forma, esse potencial diversificado da macaúba pode desempenhar um papel importante na geração de empregos e renda em diversos estados com os investimentos da Acelen. Agora, o fundo árabe se prepara para dar os próximos passos no projeto de biorrefinaria para a produção de combustível sustentável na Bahia.
A macaúba é uma palmeira nativa do Brasil, encontrada principalmente nas regiões do cerrado. É conhecida cientificamente como Acrocomia aculeata. Ela é valorizada por diversos motivos: seus frutos produzem um óleo comestível e versátil, suas folhas podem ser usadas na produção de artesanatos e suas sementes são utilizadas na alimentação de animais.
O óleo de macaúba é rico em ácidos graxos essenciais e pode ser utilizado na culinária, na produção de cosméticos e até mesmo como biocombustível. Além disso, a palmeira da macaúba é considerada uma planta promissora para a produção de biodiesel devido ao seu alto rendimento e adaptação a condições de solo pouco fértil.
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