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Inpasa investe R$ 864 milhões e dobra capacidade produtiva para 6 milhões de litros diários de etanol

A Inpasa ampliou sua usina em Sinop (MT), impulsionando a produção de etanol de milho no Brasil e refletindo o crescimento do setor.

by Andriely Medeiros
A Inpasa ampliou sua usina em Sinop (MT), impulsionando a produção de etanol de milho no Brasil e refletindo o crescimento do setor.

O setor de biocombustíveis no Brasil está passando por uma significativa transformação, impulsionada pelo aumento da produção de etanol de milho. A Inpasa, que possui a maior usina de etanol do país, localizada em Sinop (MT), é um exemplo notável dessa expansão. Recentemente, a usina concluiu uma ampliação que aumentou sua capacidade de produção, permitindo alcançar até 6 milhões de litros diários de etanol anidro ou hidratado.

Esse aumento na capacidade de produção reflete um investimento considerável da Inpasa, que aplicou R$ 864,23 milhões na expansão da planta. A capacidade anterior da usina era de 4,5 milhões de litros diários, o que significa que a ampliação representa um crescimento significativo, fortalecendo a posição da Inpasa no mercado de etanol de milho.

Projeções e impacto no mercado de etanol

O crescimento da produção de etanol de milho não é exclusivo da Inpasa. Na safra 2023/24, a produção total de etanol de milho no Brasil atingiu 6,26 bilhões de litros, representando um aumento de 41,4% em comparação com a safra anterior. Esse volume representa cerca de 23% do total de etanol produzido no Centro-Sul do Brasil, consolidando o etanol de milho como uma parcela significativa da produção nacional.

As projeções para o futuro indicam um crescimento ainda mais acentuado. Segundo a Czarnikow, empresa de análise de mercado, a produção de etanol de milho no Brasil pode chegar a 14 bilhões de litros nos próximos cinco anos. Esse aumento será impulsionado tanto pela maior eficiência das plantas existentes quanto pela construção de novas usinas dedicadas exclusivamente ao processamento do milho.

Novas usinas de etanol em construção

Atualmente, 12 novas usinas de etanol de milho estão em construção no Brasil. Destas, três estão previstas para serem concluídas ainda em 2024, quatro em 2025 e duas em 2026. Além disso, outras duas unidades estão em processo de autorização e uma já possui autorização em andamento.

Juntas, essas novas usinas poderão adicionar uma capacidade de produção diária de 7,59 milhões de litros de etanol hidratado e 6,74 milhões de litros de etanol anidro, totalizando 14,34 milhões de litros por dia. A construção dessas usinas é um sinal claro de que o Brasil está investindo fortemente na produção de etanol de milho, diversificando sua matriz de biocombustíveis e fortalecendo sua posição como um dos principais produtores de etanol do mundo.

Ampliação de usinas de etanol existentes

Além das novas construções, outras quatro usinas de etanol estão passando por processos de ampliação. Três dessas usinas são do tipo flex, ou seja, utilizam tanto cana-de-açúcar quanto milho em sua produção. A quarta usina é do tipo full, dedicada exclusivamente ao milho.

Com essas ampliações, espera-se um aumento da capacidade diária de produção em 1,36 milhão de litros de etanol hidratado e 1,18 milhão de litros de etanol anidro, somando 2,54 milhões de litros por dia. Essas ampliações refletem o compromisso contínuo do setor em aumentar a produção de etanol de milho, respondendo à crescente demanda por biocombustíveis e à necessidade de diversificação energética.

Desafios e oportunidades

Embora o crescimento da produção de etanol de milho no Brasil represente uma oportunidade significativa para o setor de biocombustíveis, ele também apresenta desafios. A ampliação da capacidade de produção exige investimentos substanciais em infraestrutura, tecnologia e logística. Além disso, a demanda por milho pode aumentar, pressionando os preços do grão e afetando outros setores que dependem desse insumo.

Por outro lado, a expansão do etanol de milho oferece uma alternativa renovável e menos poluente aos combustíveis fósseis, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, o aumento da produção pode gerar empregos e promover o desenvolvimento econômico em regiões produtoras de milho.

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