Inovação sustentável: Fibra de celulose torna-se a nova estrela da construção civil

A cientista Ianca Borges, graduada em Engenharia Ambiental pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e mestre em Engenharia de Biomateriais pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), está revolucionando a indústria da construção civil com sua pesquisa inovadora sobre o uso de materiais feitos a partir de fibra de celulose para reforçar o cimento. Sua pesquisa, financiada pela CAPES e premiada pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), oferece uma alternativa sustentável que promete reduzir custos de produção e minimizar o impacto ambiental.

O poder das polpas celulósicas na construção civil

As polpas celulósicas são materiais versáteis feitos a partir de fibra de celulose, que podem ser obtidas de diversas fontes, incluindo madeira, bambu, algodão e bagaço de cana-de-açúcar. Devido às suas propriedades excepcionais, esses materiais têm uma ampla gama de aplicações. Ianca Borges decidiu explorar o potencial das polpas celulósicas na construção civil, especificamente na matriz cimentícia.

A matriz cimentícia é um material que combina cimento com reforço de polpas celulósicas. Esse composto pode ser aplicado em várias áreas da construção civil, como na fabricação de telhas de fibrocimento e placas internas. O objetivo era criar uma alternativa sustentável ao uso convencional de materiais poluentes, sem comprometer as propriedades físicas e mecânicas essenciais para a construção.

Um estudo de dois anos para uma solução sustentável

O estudo de Ianca Borges levou cerca de dois anos para ser concluído, sendo realizado ao longo de seu mestrado. Durante esse período, foram conduzidos experimentos detalhados, coleta de dados minuciosa e análises laboratoriais aprofundadas para avaliar o desempenho das polpas celulósicas. A pesquisa se concentrou na diferença entre polpas branqueadas e não branqueadas aplicadas em matrizes cimentícias.

No primeiro cenário, as placas de cimento foram produzidas usando polpas que passaram pelo processo de branqueamento. No segundo cenário, as polpas não passaram por esse processo químico. A pesquisa comparou ambos os processos, com o objetivo de demonstrar que as polpas não branqueadas, sem o uso de produtos químicos, podem oferecer os mesmos benefícios em comparação aos produtos tradicionais mais poluentes.

Promovendo a sustentabilidade na construção civil

A pesquisa de Ianca Borges não apenas destaca a eficiência das polpas celulósicas não branqueadas como alternativa sustentável, mas também promove a inovação no uso desses materiais na construção civil. Ela incentiva o desenvolvimento de tecnologias para compósitos com matriz cimentícia, considerando aspectos econômicos e ambientais.

Um dos principais pontos ressaltados é que o processo de branqueamento pode gerar subprodutos nocivos, representando riscos para o meio ambiente e a saúde humana. Além disso, o uso de produtos químicos branqueadores contribui para a geração de resíduos e o consumo de energia. Assim, a pesquisa de Ianca Borges oferece uma solução promissora para mitigar esses problemas.

Reconhecimento pela ABTCP

O trabalho excepcional de Ianca Borges na pesquisa de fibra de celulose na construção civil foi reconhecido pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP). Ela recebeu o prêmio de melhor trabalho técnico de estudante no 55º Congresso Internacional de Papel e Celulose promovido pela ABTCP. Este prêmio destaca a importância e o impacto de sua pesquisa inovadora na indústria.

Ianca Borges enfatiza a importância da Bolsa da CAPES em seu percurso acadêmico. Ela recebeu a bolsa durante seu mestrado e atualmente está sendo apoiada novamente durante seu doutorado. A CAPES desempenhou um papel fundamental ao fornecer suporte financeiro, reconhecimento e estímulo à pesquisa.

A Bolsa da CAPES não apenas ajudou Ianca a avançar em sua carreira acadêmica, mas também a contribuir significativamente para o avanço do conhecimento no Brasil. Além disso, a CAPES desempenha um papel importante na promoção da igualdade de gênero no meio acadêmico, incentivando a participação de mulheres em programas de pós-graduação e pesquisas.