Iniciativa leva energia solar para diversas residências da Amazônia e fornece eletricidade pela primeira vez para famílias da região

O projeto “Mais Luz para a Amazônia”, em parceria com a Unicoba, empresa de soluções de armazenamento de energia, desenvolveu uma iniciativa de levar energia solar para residências de ribeirinhos da Amazônia, mais de quatro mil famílias serão beneficiadas. O objetivo do projeto energético é levar luz a todas as partes da Amazônia. Serão instalados sistemas de geração solar nas residências ribeirinhas para garantir o fornecimento de energia 24 horas por dia.

Os painéis solares fazem a recolha para carregamento das baterias para que à noite satisfaçam a necessidade de carregamento. 

O processo de instalação já começou com as baterias produzidas pela Unicoba na fábrica de Manaus. O desafio da Unicoba é a universalização dos sistemas energéticos, levando energia a regiões remotas da Amazônia, será levada a chamada energia 4D (descarbonizada, descentralizada, diversificada e digital).  

Benefícios do projeto

O antigo gerador da comunidade, movido a diesel, poluindo o ar da região. O uso de baterias de lítio também é outra vantagem para o meio ambiente, são menos poluentes com maior durabilidade e segurança que os de chumbo, também utilizados neste tipo de instalação.

A chegada da energia elétrica reduzirá a vulnerabilidade social e econômica, fortalecendo o exercício da cidadania, o bem-estar e a dignidade na vida dessas pessoas. A empresa vê a possibilidade de criar sistemas semelhantes em outras comunidades da região.

“Com essa tecnologia, queremos mostrar que a energia solar pode ser a principal fonte sustentável de uma comunidade. É uma energia mais democratizada e digital”, finaliza Marcelo.

Projeto “mais luz para amazônia”

O Programa Mais Luz para a Amazônia (MLA) foi criado visando promover o acesso à energia elétrica para a população brasileira localizada em regiões remotas da Amazônia Legal.

O programa também possibilita a promoção de atividades voltadas ao aumento da renda familiar e ao uso sustentável dos recursos naturais da região. A instalação de energia elétrica visa o desenvolvimento social e econômico de comunidades, em sua maioria ribeirinhas, indígenas e quilombolas. As comunidades vivem essencialmente da pesca, da produção de farinha e da extração de castanhas e frutas da floresta amazônica.

Com o Programa, eles poderão desenvolver atividades produtivas que aumentem a renda familiar e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida. O Programa atenderá a população residente em regiões remotas dos estados que compõem a Amazônia Legal. Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Tocantins e Maranhão ainda não têm acesso ao programa.

Importância da tecnologia solar para população ribeirinha

Muitos moradores de comunidades ribeirinhas na Amazônia, distantes da área urbana, convivem com a dificuldade de acesso a serviços como energia elétrica e abastecimento de água domiciliar. A busca de água no rio para atividades e consumo doméstico e a falta de energia elétrica ainda fazem parte da rotina de parte dessa população.

Um estudo do Instituto Mamirauá avaliou a percepção dos usuários do Sistema de Bombeamento e Abastecimento de Água e do Sistema de Energia Doméstica. Os sistemas foram implantados há mais de 10 anos pelo instituto como tecnologias experimentais que poderiam servir de referência ao poder público para o abastecimento de água e energia.

Foram entrevistados 47 usuários de tecnologias das comunidades São Francisco do Aiucá e São Paulo do Coraci, que estavam localizados nas reservas de desenvolvimento sustentável Mamirauá e Amanã, abrangendo os municípios de Uarini, Fonte Boa e Maraã (AM).

“Essas comunidades estão inseridas em duas unidades de conservação que possuem suas regras de uso, são territórios de conservação, onde diversos agentes atuam nessas áreas”, diz Ana Claudeíse Nascimento, socióloga e pesquisadora do Instituto Mamirauá.