O Rio Grande do Sul será o local de uma grande inovação no setor de energia renovável. O estado vai abrigar a maior usina de energia solar tokenizada do Brasil, um projeto pioneiro realizado pelo Grupo HCC Energia Solar. A usina ocupará uma área de cerca de cinco hectares no município de Canguçu, com uma capacidade de geração de 3,5 megawatts pico (MWp), suficiente para abastecer aproximadamente 1.200 residências.
O projeto da usina fotovoltaica de Canguçu representa um investimento total de 13 milhões de reais, dividido entre recursos próprios do Grupo HCC e uma nova forma de captação de recursos: a comercialização de tokens. Essa abordagem utiliza tecnologia blockchain para permitir que investidores adquiram uma participação no lucro gerado pela usina, por meio da plataforma da Liqi, empresa especializada em infraestrutura blockchain.
Deste montante, 10 milhões de reais foram aportados diretamente pelo Grupo HCC, enquanto os três milhões de reais restantes foram captados através da venda de tokens. Essa modalidade de investimento, chamada tokenização, permite que os investidores tenham direito a uma fração dos lucros da usina, sem a intermediação de bancos e livre de Imposto de Renda, o que torna o investimento ainda mais atrativo.
A tokenização tem ganhado força no setor de energia solar como uma solução eficiente para o financiamento de novos projetos. Luiz Wagner, diretor da HCC Engenharia, responsável pelo desenvolvimento e execução de projetos fotovoltaicos dentro do grupo, destaca que essa forma de captação de recursos acelera a construção de usinas. “A tokenização democratiza o acesso a investimentos em energia limpa, permitindo que mais pessoas possam investir com segurança, com retorno fixo mensal e de forma simplificada”, explica Wagner.
Além de ser uma maneira mais acessível para pequenos investidores, essa tecnologia também é uma solução rápida e eficaz para empresas do setor. Em vez de depender de financiamentos tradicionais, o Grupo HCC pôde captar rapidamente o valor necessário para complementar os recursos próprios e avançar com a construção da usina.
As obras da usina solar em Canguçu começaram em março de 2024, e a expectativa é que a operação tenha início até o final do ano. Quando estiver em funcionamento, a eletricidade gerada será injetada diretamente na rede da concessionária local, beneficiando os assinantes do projeto por meio de descontos na conta de luz. Além disso, parte dos lucros obtidos com a comercialização da energia será distribuída entre os investidores que adquiriram tokens.
A usina funcionará no modelo de geração distribuída, também conhecido como energia solar por assinatura. Isso significa que, ao invés de o consumidor ter painéis solares instalados em sua própria residência ou empresa, ele pode “alugar” uma parte da capacidade de geração da usina e receber os créditos correspondentes na sua conta de energia elétrica.
A eficiência da usina de Canguçu é um dos principais diferenciais do projeto. A usina contará com mais de 5.900 módulos solares bifaciais da DAH Solar, uma tecnologia de última geração que maximiza a captação de energia. Esses módulos, equipados com a tecnologia Topcon N-Type de 585W, são mais resistentes e eficientes do que os painéis solares tradicionais.
Os módulos bifaciais têm a capacidade de captar a luz solar de ambos os lados, o que resulta em um aumento de até 25% na geração de energia, segundo Leonardo Rodrigues, gerente técnico para a América Latina da DAH Solar. “Essa tecnologia permite um aproveitamento muito maior da irradiação solar, especialmente em terrenos que refletem parte dessa luz, como o local onde a usina está sendo construída”, explica Rodrigues.
Além dos módulos bifaciais, a usina contará com 10 inversores de 250 kW, fabricados pela Chint, que garantem a conversão eficiente da energia gerada pelos painéis. Todo o sistema foi projetado para maximizar a produção e garantir que o retorno financeiro aos investidores seja estável e confiável.
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