As greves que vêm afetando o setor automotivo nos Estados Unidos, deflagradas pelo sindicato United Auto Workers (UAW), continuam a perturbar o funcionamento das fábricas, impactando diretamente as gigantes Stellantis, Ford e General Motors. A paralisação mais recente atingiu em cheio a Stellantis, acontecendo na planta de Sterling Heights, no estado de Michigan. A greve já conta com a participação de mais de 40 mil trabalhadores e afeta 7 fábricas e 38 centros de distribuição de peças, espalhados por 22 estados.
A Stellantis, uma das maiores fabricantes de veículos do mundo, enfrenta uma crise em sua unidade de Sterling Heights, localizada em uma área de mais de 115 hectares e considerada a mais lucrativa da empresa. Os funcionários seguem de mãos dadas e unidos em busca de melhorias, e paralisaram completamente a produção da picape Ram 1500, um veículo também vendido no Brasil.
A razão por trás da paralisação é a falta de acordo com a direção da empresa, principalmente em relação a melhorias salariais. Segundo o UAW, a Stellantis apresentou a pior proposta entre os grandes grupos automotivos do país, ficando atrás da Ford e da General Motors no atendimento às demandas da força de trabalho do sindicato.
Além de afetar o funcionamento das fábricas, a greve generalizada tem impacto direto na participação das montadoras em eventos relevantes para o setor. A Stellantis anunciou recentemente que não estará presente nas próximas edições do SEMA Show, do Salão de Los Angeles e da CES (Consumer Electronics Show), uma renomada feira de tecnologia que acontece na Califórnia. A empresa justificou essa decisão com os custos gerados pela paralisação, que já está em curso desde 12 de outubro e não tem previsão de encerramento.
O United Auto Workers (UAW) busca atender a uma série de demandas, incluindo a recuperação de auxílios perdidos na grande crise que atingiu o setor na última década, melhorias salariais de 40%, sendo 20% imediatos, e um plano de ampliação de aposentadoria. De acordo com a agência de notícias Automotive News, Ford, General Motors e Stellantis ofereceram um aumento de 23%, abaixo das expectativas do sindicato.
A greve já envolve mais de 40 mil trabalhadores e impacta sete fábricas e 38 centros de distribuição de peças, espalhados por 22 estados. O UAW, que representa os trabalhadores da Stellantis, General Motors e Ford, afirma que a paralisação de 6.800 trabalhadores da fábrica da companhia em Michigan se deve à pior proposta de reajuste salarial e outros termos apresentados pela Stellantis.
Essa greve é parte de uma campanha inédita de paralisações simultâneas contra as três maiores montadoras de Detroit, com o sindicato exigindo aumento salarial, melhorias nos benefícios e a extensão de acordos trabalhistas da categoria aos funcionários de fábricas de baterias de veículos elétricos.
Na última sexta-feira, o presidente da United Auto Workers, Shawn Fain, alertou sobre a possibilidade de mais paralisações nas fábricas de picapes e utilitários esportivos nos EUA, a menos que as montadoras melhorassem suas ofertas de salários e benefícios. Shawn revelou que alguns componentes do UAW queriam votar nas ofertas atuais, no entanto, ele pediu que membros não cedessem ao “medo, incerteza, dúvida e divisão” que, segundo Fain, foram gerados pelas próprias companhias.
As negociações entre o UAW e as montadoras estão chegando ao seu momento crucial. A greve tem causado sérios impactos nas operações das empresas e na participação em eventos importantes. O sindicato, por sua vez, insiste nas demandas por melhorias salariais e benefícios mais substanciais. O desfecho dessas negociações terá consequências significativas para o setor automotivo nos Estados Unidos e poderá moldar o futuro das relações trabalhistas e da produção de veículos no país.
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