Os trabalhadores da renomada empresa americana Chevron estão prestes a iniciar uma greve que afetará as instalações de produção de gás natural liquefeito (GNL) no oeste da Austrália, a partir de setembro. Essa ação grevista poderia potencialmente comprometer até 5% do suprimento global de gás. As operações afetadas estão situadas nas fábricas de Gorgon e Wheatstone, ambas localizadas no estratégico estado da Austrália Ocidental, uma região crucial para a produção de gás natural em escala mundial, conforme divulgado pela própria Chevron.
Trabalhadores exigem melhores condições de trabalho e aumento salarial, enquanto analistas avaliam o impacto nos preços globais do gás natural
O estopim para as paralisações está na busca dos trabalhadores por melhores condições salariais e de trabalho. Representantes sindicais afirmam que o sindicato Offshore Alliance, que atua em nome dos colaboradores da Chevron, acusa a empresa de não remunerar adequadamente os “trabalhadores altamente qualificados do setor de petróleo e gás, que desempenham suas funções em locais remotos e de alto risco”.
A Chevron, por sua vez, está empenhada em manter suas operações de maneira segura e confiável, mesmo diante da iminente greve. A empresa declarou que continuará a negociar com os representantes dos trabalhadores, visando alcançar um acordo que beneficie ambas as partes. A unidade de produção de GNL de Gorgon, um empreendimento exaltado pela Chevron como “um dos maiores projetos de GNL do mundo”, tem uma impressionante capacidade de produção, superando 15 milhões de toneladas de gás natural anualmente.
O sindicato Offshore Alliance está determinado a fortalecer suas ações grevistas a cada semana, até que suas demandas sejam atendidas pela Chevron. Alegando inaptidão e incompetência da empresa durante as negociações, o sindicato projeta que a mobilização de aproximadamente 500 trabalhadores poderá acarretar em custos bilionários para a Chevron.
Instalações de produção de GNL na Austrália Ocidental serão afetadas a partir de Setembro
Os reflexos da iminente greve já começaram a ser sentidos nos mercados internacionais. Na noite em que a greve foi confirmada, um dos índices de referência do gás natural na Europa experimentou um aumento de cerca de 8%. Analistas, como Redmond Wong da Saxo Markets, preveem reações imediatas nos preços do gás na Europa, embora os riscos de escassez no longo prazo pareçam limitados. Este cenário grevista não é isolado.
No início de agosto, houve uma ameaça de greve nas plataformas offshore da Woodside Energy, também na Austrália Ocidental, o que fez com que os preços do gás natural subissem mais de 30% em todo o território europeu. A Chevron e a Woodside Energy são as duas principais produtoras de gás na Austrália Ocidental e, juntas, contribuem com mais de 15% das exportações globais de gás natural. Recordando eventos passados, em 2022, uma greve dos trabalhadores de uma empresa de transporte de gás pertencente à Shell, que durou 76 dias, resultou em perdas avaliadas em cerca de US$ 650 milhões.
Isso serve como um lembrete dos potenciais impactos econômicos substanciais das greves nesse setor. Enquanto a Austrália permanece um dos principais produtores e exportadores de gás natural globalmente, a turbulência no setor devido a greves pode ecoar além das fronteiras, levando a um cenário de incertezas nos mercados globais de energia. A evolução dessa greve da Chevron é, portanto, uma situação que exige atenção e análise cuidadosa nos próximos meses.
Conheça a Chevron
Uma das maiores e mais reconhecidas empresas do setor de petróleo e energia, a Chevron tem uma história sólida e influência global. Fundada em 1879 na Califórnia, Estados Unidos, a Chevron tem desempenhado um papel vital na evolução da indústria de energia, desde a exploração de petróleo e gás até o desenvolvimento de tecnologias mais limpas e sustentáveis.