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Greve dos petroleiros na Lubnor após aprovação da venda para o grupo Grepar

A greve dos petroleiros na Lubnor reflete a preocupação com a possibilidade de desabastecimento e formação de monopólio privado na região.

by Redação Petrosolgas
A greve dos petroleiros na Lubnor reflete a preocupação com a possibilidade de desabastecimento e formação de monopólio privado na região.

Após a aprovação da venda da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor) pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro-CE/PI), filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), decidiu pela realização de uma greve a partir da próxima terça-feira (27). A paralisação está prevista para acontecer na própria unidade, no entanto, os sindicatos de diversos estados também farão manifestações como forma de demonstrar apoio ao movimento na Lubnor.

Venda da Lubnor gera polêmica e questionamentos da categoria petroleira

No mês de maio do ano passado, iniciou-se a polêmica que envolvia a venda da Lubnor para a Grepar Participações. Onde houve questionamentos não somente por parte dos petroleiros, assim como, da prefeitura de Fortaleza, no Ceará. A refinaria foi vendida por US$ 34 milhões, um valor 55% abaixo da estimativa de valor de mercado.

Além disso, a prefeitura denunciou a venda, alegando falta de informações prévias sobre a transação por parte da gestão da Petrobras. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) também aponta pendências a serem resolvidas no processo de venda da Lubnor para a Grepar.

“O impacto econômico e social será muito grande para o estado. Continuaremos na luta para conseguir reverter essa venda. Se a empresa resolver não produzir ou preferir exportar a produção, como aconteceu na Bahia, esses navios precisarão abastecer em outro porto. Uma empresa privada não tem o compromisso com o abastecimento do mercado interno. Se for mais lucrativo, eles podem preferir exportar. A Petrobrás tem como prioridade o abastecimento do mercado interno”, revelou Fernandes Neto, presidente do Sindipetro-CE/PI.

A greve e as manifestações têm como objetivo destacar os riscos de desabastecimento de produtos produzidos pela refinaria, resultantes da criação de um monopólio privado na região. Com a venda, o grupo Grepar terá o controle da produção e do mercado, podendo definir o mix de produtos de acordo com seus interesses, o que gera preocupação para os petroleiros.

Sindipetro-CE/PI aprova paralisação na refinaria e manifestações em outros estados

A Refinaria Lubnor, com seus mais de 500 trabalhadores, entre próprios e terceirizados, desempenha um papel fundamental na produção de asfalto no país, sendo responsável por cerca de 10% desse mercado. Além disso, a refinaria é responsável pela produção de lubrificantes naftênicos, que são usados em aplicações nobres, como isolantes térmicos para transformadores de alta voltagem, equipamentos pneumáticos e amortecedores para veículos.

Também é válido ressaltar que a Lubnor abastece os estados do Nordeste, além de fornecer derivados para os estados do Tocantins, Amazonas, Pará e Amapá. A refinaria também é responsável pela produção de óleos combustíveis marítimos, usados para abastecer os navios no Porto do Mucuripe.

Diante desse cenário, a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) manifestou-se contra o ato de concentração praticado pela Grepar Participações na compra da refinaria cearense. A Anapetro protocolou uma manifestação no Cade, solicitando a realização de testes de mercado antes da aprovação da venda, a fim de garantir que a análise do ato de concentração não fosse alvo de manobras da companhia.

Dessa forma, podemos concluir que a greve dos petroleiros na Lubnor após a aprovação da venda para o grupo Grepar Participações reflete a preocupação da categoria com a possibilidade de desabastecimento e a formação de um monopólio privado na região.

A mobilização dos sindicatos e as manifestações em outros estados visam chamar a atenção para os impactos dessa venda e a necessidade de resolução das pendências identificadas pela FUP. A Anapetro também está atenta ao caso e busca garantir que o processo seja conduzido de forma transparente e em conformidade com os interesses da sociedade e dos petroleiros.

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