O Governo Lula discute a possibilidade de incluir o Brasil no Programa Nuclear da Argentina. Por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o presidente Lula está considerando emprestar dinheiro ao país latino-americano. O montante seria destinado ao conserto da usina de energia nuclear Atucha II, que está paralisada desde o ano de 2022.
Governo do Brasil considera incluir país no Programa Nuclear da Argentina
Em uma iniciativa inédita, o Brasil está considerando emprestar dinheiro por meio do BNDES para ajudar a Argentina a consertar a usina de energia nuclear Atucha II, que está paralisada desde 2022. A notícia surgiu após uma visita do presidente argentino, Alberto Fernandes, ao presidente brasileiro Lula.
O BNDES já está estudando a possibilidade de liberar os fundos necessários, embora o valor exato ainda não tenha sido estipulado e nem oficialmente divulgado. A intenção é que todo o processo seja conduzido com a máxima discrição possível. A Argentina enfrenta dificuldades financeiras para realizar as obras emergenciais de reparo e não possui garantias para oferecer em troca do empréstimo.
Caso o Brasil não possa fornecer os dólares necessários, a Argentina pode buscar apoio financeiro dos chineses. No entanto, as negociações com o BNDES são a primeira opção, pois fortalecem os laços bilaterais entre os dois países. Enquanto isso, a operadora Nucleoelectrica Argentina (NA-SA) está se preparando para iniciar os trabalhos de reparo na usina de energia nuclear Atucha II no próximo mês.
Uma maquete em tamanho real do reator e ferramentas especiais foram projetadas e construídas para facilitar o procedimento. A unidade de energia nuclear foi fechada em outubro de 2022, após uma inspeção de rotina revelar uma falha mecânica em um dos suportes internos do reator.
A NA-SA afirma que essa falha não representa riscos à segurança das pessoas ou ao meio ambiente, mas a reparação é fundamental para garantir o retorno seguro e eficiente das operações da usina nuclear. A possível colaboração financeira do Governo do Brasil para solucionar esse problema reforça a importância da cooperação regional em questões estratégicas, como a energia nuclear.
Trabalhos de conserto da usina de energia nuclear Atucha II seguem avançando
A empresa responsável pelo reparo da usina nuclear Atucha II divulgou informações sobre o andamento do processo de conserto da planta. Após realizar estudos mecânicos e hidráulicos, foi feito o diagnóstico da falha e decidiu-se extrair a peça afetada. Para agilizar os trabalhos de reparação, estão sendo utilizados métodos de engenharia avançada, como robótica e ferramentas tecnológicas.
O separador danificado, localizado a 14 metros de profundidade dentro do reator, requer ferramentas especiais adaptadas a essas condições. Isso inclui uma ferramenta de corte, ferramenta de retenção, garra, cesta para extrair a peça, além de ferramentas de iluminação e visão para monitorar as manobras.
Além disso, foi desenvolvida uma ferramenta de soldagem por pressão e um método para soldar preventivamente os três espaçadores restantes que não se soltaram. A Autoridade Reguladora Nuclear da Argentina está revisando o plano de reparo, que foi apresentado no início deste mês.
Seu grupo técnico também está supervisionando os trabalhos na instalação de testes para validar o método proposto e desenvolver os procedimentos de implementação, garantindo o cumprimento das premissas de segurança nuclear e radiológica. Agora, a Nucleoelectrica Argentina espera iniciar as obras de reparo da usina de energia nuclear no próximo mês de junho, no entanto, tudo depende da velocidade no qual o empréstimo do Governo do Brasil via BNDES será liberado.
Com as informações divulgadas, pode-se concluir que o Governo do Brasil está considerando utilizar um crédito do BNDES para contribuir com o retorno das operações da usina de energia nuclear Atucha II, na Argentina.