INDÚSTRIA

Governo Federal investirá bilhões em projetos nucleares e de defesa

O governo federal revelou recentemente o novo plano de investimentos para impulsionar o crescimento econômico do país, denominado Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Embora a usina Angra 3 não tenha sido contemplada no programa, o governo direcionou sua atenção para projetos relacionados ao setor nuclear, incluindo a construção do aguardado submarino de propulsão nuclear. O PAC também abrange investimentos na área de defesa e no campo da Educação, Ciência e Tecnologia, com destaque para o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).

Submarino de propulsão e Reator Multipropósito Brasileiro entre os projetos estratégicos contemplados pelo governo

Dentro da esfera da defesa, o governo planeja investir um montante significativo, alcançando R$ 27,8 bilhões entre 2023 e 2026, seguido por mais R$ 25 bilhões após o ano de 2026. Estes recursos serão direcionados para uma série de projetos ambiciosos, incluindo a tão esperada construção do submarino de propulsão nuclear.

A lista de iniciativas abrange a construção da base naval para esta embarcação de alta tecnologia, bem como a aquisição de caças, helicópteros e a construção de quatro fragatas da classe Tamandaré para fortalecer a capacidade naval do Brasil. O submarino nuclear, batizado de “Álvaro Alberto” em homenagem ao visionário Almirante Brasileiro, pioneiro no uso de tecnologia nuclear no país, está programado para ser concluído até 2033, de acordo com a previsão mais recente da Marinha.

A fabricação do casco desta embarcação inovadora ocorrerá em Itaguaí, nas instalações da Nuclep, a mesma empresa que foi responsável pela construção dos cascos dos novos submarinos convencionais de geração diesel elétrica (Riachuelo, Humaitá, Tonelero e Angostura). O “Álvaro Alberto” marcará um avanço significativo na capacidade de defesa e na projeção de poder do Brasil.

No campo da Educação, Ciência e Tecnologia, o PAC prevê investimentos substanciais de R$ 36,7 bilhões entre 2023 e 2026, seguidos por R$ 8,3 bilhões após 2026. Nesse cenário, destaca-se o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um empreendimento de grande importância estratégica.

O RMB tem como objetivo principal a construção de um reator de pesquisa com múltiplas finalidades, abrangendo a produção de radioisótopos para uso médico e industrial, bem como testes de materiais e combustíveis nucleares para reatores de potência. Adicionalmente, o RMB possibilitará pesquisas científicas e tecnológicas em diversas áreas.

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prioriza segmento nuclear e defesa

Um dos impactos mais notáveis do RMB será a capacidade de produzir os radioisótopos que o Brasil atualmente importa. Isso reduzirá os riscos de escassez desses materiais essenciais, contribuindo para a diminuição dos custos na produção de radiofármacos e exames médicos. Essa conquista terá um efeito positivo na área médica, ampliando o acesso aos cuidados de saúde em medicina nuclear para um público mais amplo.

Apesar das promissoras iniciativas, o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro enfrenta desafios significativos. Embora o projeto detalhado do reator já esteja concluído, as obras ainda não começaram. Até o momento, nenhum dos US$ 500 milhões estimados para o empreendimento foi alocado, o que levou o coordenador técnico do projeto, José Augusto Perrotta, a encerrar sua participação como forma de protesto diante da demora nas decisões relacionadas ao reator.

Com tais informações podemos concluir que o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal apresenta um direcionamento estratégico para fortalecer o setor nuclear do Brasil. Com investimentos expressivos, o país almeja concluir a construção do submarino de propulsão nuclear Álvaro Alberto e superar os desafios para dar vida ao Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Esses esforços não apenas contribuirão para a defesa nacional, mas também promoverão avanços significativos na pesquisa médica e científica, impulsionando o crescimento e a inovação no país.

Andriely Medeiros

Ensino superior em andamento. Escreve sobre Petróleo, Gás, Energia e temas relacionados para o PetroSolGas.

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