SÃO PAULO (Reuters) – O Ministério da Economia do Brasil negou que o governo pague US $ 14 bilhões à estatal Petroleo Brasileiro SA para resolver uma disputa por uma zona de produção de petróleo na costa brasileira, conhecida como área de transferência de direitos.
O ministério disse à Reuters em comunicado que a cifra, divulgada na segunda-feira pelo jornal Valor Econômico, foi apenas uma das várias propostas encaminhadas à equipe de transição do presidente Jair Bolsonaro por seu predecessor Michel Temer. O montante final ainda não foi decidido, disse o ministério.
O relatório de que US $ 14 bilhões foram acertados para resolver a disputa ajudou a impulsionar as ações ordinárias da Petrobras, como a empresa é conhecida, em até 5,5%. As ações ordinárias fecharam na segunda-feira 3,3 por cento acima e as preferenciais aumentaram 1,6 por cento, contra uma queda de 0,15 por cento no índice de referência Bovespa.
A acomodação de um valor representaria um grande avanço na disputa de longo prazo e ajudaria a Petrobras a reduzir sua considerável dívida líquida, que estava em US $ 73 bilhões a partir do terceiro trimestre.
Às vezes, durante as negociações, a Petrobras alegou que é devida até US $ 30 bilhões, enquanto partes do governo disseram que a Petrobras devia dinheiro ao Estado.
Na quarta-feira, o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que espera que a disputa seja resolvida dentro de 100 dias e que a Petrobras é a credora na disputa. A quantia que a Petrobras devia e a forma de pagamento ainda estavam em discussão, acrescentou.
Uma disputa sobre a área em questão data de 2010, quando o governo brasileiro concedeu à Petrobras o direito de extrair 5 bilhões de barris de óleo e gás na bacia marítima de Santos. O governo recebeu ações adicionais da Petrobras em troca, com base nos preços do petróleo na época.
O volume de petróleo na área é agora estimado como sendo muito maior, e o governo sem dinheiro quer vender os direitos para extrair o óleo extra. As reservas selecionadas não podem ser leiloadas até que o governo e a Petrobras resolvam uma disputa sobre a transação de 2010.
Entre outras coisas, o contrato estipulava que os custos seriam revistos depois que a área fosse declarada comercialmente viável em 2014, o que levou a anos de disputa à medida que os preços do petróleo flutuavam.
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