Home DESTAQUE Gasolina sintética: a solução ambiental que pode modificar uma economia baseada no petróleo

Gasolina sintética: a solução ambiental que pode modificar uma economia baseada no petróleo

A gasolina sintética pode ser uma solução ambiental que deve modificar uma economia baseada no petróleo. Confira pontos importantes!

by Veronica Stivanim
,gasolina sintética, economia , petróleo, energia, energia renovável, destaque, e-fuel, efuel,

A energia renovável tem sido o foco de muitas ações governamentais, ocasionando um debate sobre se é possível coexistir uma energia renovável, juntamente com o petróleo, como pode ocorrer com a gasolina sintética.

Gasolina sintética: a solução ambiental que pode modificar uma economia baseada no petróleo

No entanto, uma nova possibilidade de energia verde tem atraído a atenção do mundo, a produção de gasolina sintética que ocorre no Chile, chamada de “e-fuel”. A gasolina sintética já está sendo produzida e tem atraído a atenção do mercado em diversos aspectos.

A indústria de combustíveis ecológicos foi inaugurada no extremo sul do Chile,  no ano passado (2022), e a gasolina sintética foi uma das atrações dessa inauguração.

O processo

De forma sucinta, a fabricação da gasolina sintética é feita com a separação do oxigênio e hidrogênio. Dessa forma, o resultado desse processo é sintetizado com outros componentes, como o dióxido de carbono. Todo esse fluxo resulta no etanol sintético, que é refinado e transformado em gasolina sintética.

Carbono quase zero

O nível de gás carbônico emitido pela gasolina sintética é até 90% menor, quando comparado aos combustíveis de origem fóssil (petróleo). Além disso, essa fabricação não requer adaptações mecânicas de veículos para a sua utilização.

Projeções

A projeção para a produção da gasolina sintética é de 550 milhões de litros até o ano de 2027. As condições climáticas favorecem a possibilidade dessa produção ocorrer no Brasil, já que os ventos da Patagônia são muito parecidos com a qualidade dos ventos do nordeste do nosso país.

Grandes empresas apostam no e-fuel

A gasolina sintética – e-fuel – foi desenvolvida pela engenharia da Porsche e, por isso, recebeu a atenção do mundo, já que a empresa inicialmente focou a sua produção no abastecimento de veículos de competição da marca.

Embora seja um processo muito novo, a própria Porsche pretende participar financeiramente da expansão dessa ideia, juntamente com outras grandes empresas. Sendo assim, existe a possibilidade de que haja a construção de fábricas desse combustível na Austrália e nos Estados Unidos.

Capacidade de exportação e importação

O fato de que a gasolina sintética pode ser utilizada em qualquer tipo de motor é bastante atrativo para o mercado. Já que é uma opção limpa de combustível. Inclusive, esse modelo de combustível sintético já é aplicado em aviões e navios, nos quais a energia elétrica não é viável por conta do peso das baterias.

O e-fuel pode ser melhor do que o etanol?

O etanol é um combustível extraído da cana-de-açúcar e requer adaptação dos motores. Por isso, esse combustível é muito popular no Brasil, no entanto, os países da Europa buscam por alternativas mais práticas, considerando principalmente a matéria-prima e a condição climática de cada país.

Portanto, o investimento em combustíveis sintéticos tem atraído a atenção de diversas economias. Contudo, embora os ingredientes do e-fuel sejam encontrados na natureza, a captação e as reações químicas precisam de uma estrutura que pode não ser de baixo custo. 

Inovação ou o fim do petróleo?

Certamente, todo esse fluxo requer investimentos e análises para que seja expandido. Por isso, é muito cedo para determinar o fim do petróleo como combustível da economia global. Entretanto, a possibilidade de produção em larga escala de combustível sintético requer que as grandes petrolíferas invistam em energias renováveis de forma ampla.

Dessa forma, a gasolina sintética pode representar uma solução em questões climáticas, principalmente por conta da redução drástica de poluentes. Ao passo que pode representar uma necessidade de redesenhos de processos para a indústria petrolífera de modo geral. Sendo assim, novos caminhos podem surgir para a economia global, a partir de uma nova matéria-prima principal.

Veja também